O Senador por Alabama, Jeff
Sessions, já tivera uma sessão de confirmação difícil, notadamente
pelas suas posições dúbias quanto a direitos humanos. Desde então, não parecera
que este partidário ferrenho de Donald Trump fosse a pessoa adequada para
assumir o Departamento de Justiça. No
entanto, com a intervenção da bancada republicana, assim como o relutante recuo
de parte dos senadores mais enfronhados quanto a atuação de Jeff Sessions no
passado, o GOP lograra garantir a aprovação
desse senador como Procurador Geral (Attorney
General) do Ministério da Justiça.
Sem embargo, a evolução da investigação
sobre os contatos da Administração Trump, notadamente em nível já de maior
relevância, com representantes da Federação Russa, já levara à revelação que o
assessor-designado para a segurança nacional, Michael T Flynn, mantivera
contato com o Embaixador russo Kyslyak.
Como Flynn iludira o Vice-Presidente Mike Pence a respeito do contexto e significado dessa
conversação, a sua exoneração do cargo se tornou inelutável.
Esta foi a primeira baixa na
Administração Trump por causa da conexão russa. Donald Trump jamais fez segredo da amizade por ele mantida com o Presidente Vladimir Putin, havendo
inclusive interrogações várias sobre o significado de tais contatos com Moscou
e quanto isto poderia implicá-lo no futuro.
Em sua coluna, o Prêmio Nobel Paul Krugman já se reportou à viva
inquietude que o estreito relacionamento de Trump com Putin possa dar
oportunidade a que o autócrata russo dele se prevaleça para chantagear o 45º presidente
americano, com as previsíveis consequências de tal situação.
Na audiência do Senado de confirmação
para o Procurador-Geral, em janeiro último, segundo informa o New York Times, o Senador Al Franken
(Dem/Minn.) perguntara acerca da procedência de notícia da CNN de que expertos de inteligência haviam referido ao então
Presidente Barack Obama, e a Mr Trump (então o Presidente eleito) que agentes
russos reportaram disporem de informação comprometedora sobre Mr Trump.
O Senador Franken acrescentara que a
informação também indicava que pessoas da confiança de Trump e intermediários
do governo russo continuaram a intercambiar informações durante a campanha.
Franken perguntou a Sessions o que ele faria se a informação fosse comprovada.
Jeff Sessions disse nada saber coisa sobre o assunto.
Não obstante esta peremptória
assertiva, o Departamento de Justiça acaba de reconhecer nesta quarta-feira que
Mr. Sessions se comunicou por duas vezes com o Embaixador russo em 2016.
A despeito das tentativas de
auxiliares de Mr Sessions de apresentar em contexto formal e diplomático tais
encontros ditos casuais, a bancada democrata não ficou convencida.
Em declaração o Senador Franken considera o testemunho de
Jeff Sessions "no mínimo,
enganoso", assinalando: "fica mais do que claro agora que o Procurador-geral
não pode, em boa fé, supervisar a investigação no Departamento de Justiça e no
F.B.I. sobre a conexão Trump - Russia, e ele deve recusar-se ex-officio e de imediato".
Tampouco colou a explicação dada por Mr Sessions de que ele
se reunira com o Embaixador russo por causa de suas obrigações como membro do
Comitê do Senado sobre os Serviços Militares.
A Senadora Claire McCaskill, Democrata de Missouri, disse que podia
garantir que tal não era atribuição da comissão, e o serviço da Senadora por
dez anos naquele comitê o garantia. Os Embaixadores não visitam o Comitê de
Serviços Militares, e sim o Comitê de Relações Exteriores.
Qual o efeito dessas revelações
tão graves quanto relevantes tem sido produzido nas bancadas republicanas ?
Pois vejam só. O deputado Jason
Chaffetz Republicano de Utah, e chefe do Comitê de Supervisão, da Casa de
Representantes, e algoz da então pré-candidata democrata Hillary
Clinton, por causa do assassínio do Embaixador Christopher Stevens, na Líbia,
declarou através do Twitter que seria
melhor para o país e para ele Sessions, que se recusasse a ter qualquer
participação na investigação em curso no Departamento de Justiça.
Por outro lado, o líder da maioria
(GOP) da Câmara, disse à mídia que Jeff Sessions "deveria esclarecer"
o seu testemunho, dando indicações de que deveria recusar-se a dirigir as
investigações. Mais tarde, Kevin McCarthy (Rep-Cal.) semelha ter recuado dessa
assertiva.
( Fonte:
The New York Times )
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