Segundo noticia o Washington Post, o 44º
Presidente, ao contrário de muitos de seus antecessores, não pretende
deleitar-se, quer em merecido descanso
(depois do torvelinho presidencial),
quer em posição prestigiosa, mas afastada da política.
Não poderia estar mais de acordo com a
opção que seria a de Barack H. Obama. Para reforçar a presença da política, que
ele vê meio afastada da população, o
ex-presidente divulgou declaração em que exorta o GOP a não desmantelar de
forma unilateral o principal legado de sua Administração.
Colaboraram com tal desejo - não
exatamente por vontade própria dos indigitados - o presidente Donald Trump, a
incompetência política do Speaker Paul Ryan, a oposição da linha dura republicana,
e a qualidade do instrumento que pretendiam estripar.
Os Obama permanecem, por ora, em
Washington - sobretudo para esperar o término do curso ginasial da filha mais
jovem, mas também pela compulsão da
Administração Trump de colocá-los sob as luzes da atualidade.
Obama prepara a própria sequência
existencial, o que é sempre um desafio para os ex-mandatários americanos, eis
que lhe está fechado o grande portão do retorno à Casa Branca.
Como seria de esperar, uma relação
diga-se cordial - próxima, por conta das respectivas diferenças de intelecto e
posição política estaria decerto nos impossíveis da velha coluna de Ripley -
parece rapidamente encaminhar-se para o brejo das almas, diante das fantasias
do 45º presidente, como a acusação de que Obama o grampeara durante a eleição.
Em termos de Partido Democrata, Obama
semelha favorecer o surgimento de novas gerações. Se as suas relações com a
candidata Hillary Clinton sempre estiveram na senda do correto, e nunca foram demasiado
calorosas, o mais provável é que Barack H. Obama não faça demasiado esforço em
viabilizar uma nova confrontação com Trump.
O seu olhar - pelo que conta em
termos de apoio um ex-presidente - irá em busca de novos valores.
O que interessa sobremodo neste
momento é a sua disposição de dedicar-se ao redistritamento. Nesse contexto, o
Washington Post indica que Obama pretende dedicar à especializada (wonky) e
altamente partidária questão do redistritamento. O escopo precípuo seria o
"de reverter os declínios eleitorais que os Democratas experimentaram
durante os seus dois mandatos".
Ao
reportar a suposta direção do esforço do ex-Presidente, o Washington Post não
poderia evitar a extrema prudência com que o establishment político tende a
tratar de um fenômeno específico, que não é outro senão o gerrymandering. Se o novo
instituto de Obama lograr tal objetivo, que é o de desfazer o extenso
gerrymandering estabelecido pelo GOP em estados de governo republicano, em que
a 'instituição' desse peculiar sistema (essencialmente comprimir nos distritos
democratas o maior número de eleitores com essa tendência, e traçando distritos
do GOP em que a' maioria' esteja garantida para o Partido Republicano, temos a
formação dessa contrafação eleitoral, em que fica assegurada a vitória de um
maior número de deputados do GOP para a Câmara de representantes do que de
democratas). Nesse contexto, a maneira mais simples de verificar que existe o
gerrymander será através da votação geral no Estado (v.g., Ohio) em que senador
e governador (que são eleitos por todo o Estado) costumam ter votação geral
mais alta para o Partido Democrata, enquanto os representantes das Câmaras
(tanto a estadual, quanto a federal) registrarão a vitória nos cômputos dos
distritos respecti- vos para o Partido Republicano...
( Fontes: Washington Post, The New York Review )
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