Há no
ar sensação de desconforto. A concessão da prisão domiciliar, em segunda
tentativa, a Adriana Anselmo, além dos protestos que originou - e não foram
poucos - cria desconforto com a sensação desagradável e incômoda de deslavado,
arrogante privilégio concedido às classes da primeira fila da Sociedade.
Nesse
contexto, o que dizer da ideia da ministra dos Direitos Humanos, Luislinda
Santos, que pede à Ministra Cármen Lúcia, Presidente do Supremo Tribunal
Federal seja estendido o benefício da
prisão domiciliar concedido a ex-primeira Dama do Estado do Rio a todas as
detentas em situação semelhante à dela ? Se choca a concessão de privilégio a
quem se valeu à tripa forra de uma riqueza fruto do privilégio e da mentalidade
do artigo 171, o que fazer de transformá-la em chave-mestra para todas as
detentas em situação similar à de Adriana Anselmo?
Conduzida pela Polícia Federal, Adriana deixara anteontem o Complexo
Penitenciário de Gericinó (Bangu), onde estava detida preventivamente desde 17
de dezembro, após a expedição de um alvará determinando que ela fosse levada
para o seu apartamento pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo
Bretas. A mulher do ex-governador Sérgio Cabral
responde por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização
criminosa.
No
dia de ontem, 30 de março, motoristas que passavam em frente à portaria do
prédio onde habita Adriana fizeram um "buzinaço", atendendo a
cartazes que pediam: "Buzina, não adianta, ainda é detenta". Um grupelho de dez pessoas, entre moradores e
representantes da Associação SOS Bombeiros, se congregaram junto ao edifício no
Leblon. Os manifestantes gritavam
palavras de ordem contra a concessão de tal benefício à ex-primeira dama do
Estado.
(Fontes: O
Estado de S. Paulo, Rede Globo )
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