A pergunta, uma vez formulada, já
surge inadequada. Pois não é necessário aprofundar-se muito nesse chavascal,
para dar-se conta de que o FSB de Vladimir Putin andou atuando desta feita bem
mais do que em vezes anteriores.
Essa desenvoltura russa - uma nação
como disse Obama a Vladimir Putin com influência continental (e não mais,
portanto, mundial, como no tempo da velha URSS) - em que realmente está
baseada?
O embaixador Kislyak é havido como
tendo trânsito desenvolto em Washington e adjacências, mas até que ponto
transita tal influência?
Mr Flynn, assessor de segurança de Trump, teve
meteórica presença no Conselho de Segurança de que seria o encarregado, por
haver induzido em erro ao Vice-Presidente Mike Pence, sobretudo no que concerne
as conversas desse assessor com o embaixador Kislyak.
Cabe perguntar ,a respeito, onde
estavam o FBI de James Comey e demais autoridades da segurança americanas, no
que diz respeito às desenvoltas ações dos hackers
russos intervindo nas comunicações do Conselho do Partido Democrata, com o
óbvio intúito de informar-se sobre a sua atuação no que tange às eleições de
novembro, notadamente para atrapalhar planos políticos do Partido Democrata,
assim como prejudicar, se possível, a candidata Hillary Clinton?
É de recordar-se da velha pergunta
que antecedeu à última guerra mundial, quando muitos se demandavam sobre a
falta de atenção dos agentes ingleses sobre as ações dos nazistas. Agora, seria
o caso de inquirir-se por onde estavam os serviços de informação estadunidenses,
que teriam dado tanto espaço aos agentes de uma potência estrangeira, com
recursos ainda limitados e que não podem comparar-se àqueles da Superpotência?
O próprio Washington
Post, jornal de nomeada, e cuja folha corrida em termos de investigações
políticas avulta, assinala que a presença da Rússia na Administração Trump
não pode ser ignorada.
O alcance e a profundidade de tais contatos e eventual
influência torna-se difícil de serem desconhecidos. E a fonte de toda essa
desconfortável cercania estaria nas relações estreitas entre o Presidente Trump
e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, que chegam a ser definidas nas suas
implicações como de meter medo (scary), no dizer do Prêmio Nobel de economia, e
colunista do Times, Paul
Krugman.
Pois seria voz corrente que o
serviço secreto do Kremlin, o
herdeiro do KGB, o FSB teria tido inegável participação, no que tange a serviços
de desinformação e de outras ações que parecem ter ido bastante além de o que
poderia presumir-se seja o âmbito de atividade de serviços que atuam nas
sombras. Se tal procede - e nesse
contexto como fica a atuação do íntimo de Donald Trump, Jeff Sessions - máxime
em seus contatos com a missão russa - para que ora bata em desabrida retirada,
renunciando à qualquer participação, seja de direção, seja de acompanhamento,
nas investigações conexas à suspeitada participação do governo de Vladimir
Putin na última eleição americana ?
Dada a corrente impressão de
que a participação russa nas últimas eleições presidenciais americanas -
notadamente através de seu notório favorecimento de um dos candidatos, em
detrimento da representante democrata, Hillary Clinton - não se teria
pautado pelas normas prevalentes nas relações internacionais, de respeito à
soberania do país que as organiza, pesam
pesadas públicas ponderações sobre
supostas suspicácias acerca do alcance de tais ações enquanto eventualmente
determinantes de desenvoltas invasões da soberania da superpotência, sejam elas
ações cibernéticas ou mesmo outras, em que a ousadia do FSB iria muito além de
o que imaginar-se possa.
( Fontes: New York Times, Paul Krugman, Washington Post
)
Nenhum comentário:
Postar um comentário