Era de esperar-se,
embora Barack Obama, pela própria moderação e equilíbrio, constitua um alvo
difícil, mesmo para as investidas do errático e nervoso Presidente Donald
Trump.
Pois na
nova série do Twitter presidencial,
Trump acusa o seu antecessor de ordenar o grampo de seus telefones, chegando a definir como "muito perturbadoras"
as indicações do alegado grampeamento. Nesse sentido, não se peja de sugerir
que o Congresso deva examiná-las no contexto
das próprias investigações acerca da alegada interferência russa nas
eleições presidenciais.
Dadas as vezes em que o 45º presidente não haja hesitado em veicular estranhas,
pouco verossímeis ou mesmo falsas acusações,
a primeira reação contra a saraivada de Donald J. Trump tende a ser de
descrença, por mais que esse tipo de increpação tenda a demandar verificação.
Donald Trump age por vezes com a imprevisibilidade do animal perseguido
e cercado. O Presidente Obama terá feito todos os esforços cabíveis para
dispensar ao candidato vencedor e atual presidente a atenção deferente que se
costuma dirigir a alguém que tenha atingido tal categoria.
Talvez Obama haja sido demasiado respeitoso das atribuições de altos
funcionários que, legal e
funcionalmente, lhe deviam as necessárias explicações, quando de atitudes suas
que provocaram espécie.
No
entanto, tal não se verificou, e quem foi prejudicada foi a candidata democrata
e sua antiga direta colaboradora como Secretária de Estado, Hillary Clinton.
Quiçá por ter sido muito obsequioso,
Obama agora paga o preço de ter de lidar com absurdas acusações contra a
sua conhecida lisura, acusações estas que não mereceriam resposta em outras
situações.
Obama, no entanto, achou ainda oportuno mandar através de porta-voz seu
desmentir a acusação de Trump, a que se qualificou de "totalmente falsa"
,sendo acrescentado, por oportuno, que "Mr
Obama jamais ordenou qualquer grampeamento de cidadão dos Estados Unidos".
Tendo-se a impressão de
que as "acusações" de Trump, mesmo destituídas de lógica ou
credibilidade, funcionam como se fossem
metralhadora giratória, por quanto tempo
ainda as pessoas eventualmente atingidas julgarão oportuno responderem a tais
increpações - eis uma pergunta que se torna cada vez mais provável, no contexto
do comportamento do novel Presidente americano.
( Fontes: The New York Times, O Globo )
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