Não
só proclamar a própria visão, mas
também atuar com a determinação - em geral reservada às
causas nobres - tem sido atitude comum do 45º Presidente, Donald John Trump.
Que um país do nível dos Estados Unidos tenha
eleito esse senhor será talvez discutido por muitos anos após tal triste retrocesso que foi dado a
conhecer poucas horas depois da jornada das eleições americanas.
Se
muitos tiveram naquele infausto dia sensação de desconforto e de perplexidade,
que uma pessoa, enjeitada pela direção do próprio Partido Republicano, haja logrado vencer pela votação indireta
prescrita pela Constituição setecentista alguém incomparavelmente mais
preparada e com atuação que a transportara
das bancas da Universidade, e dos prêmios reservados aos melhores estudantes
até o Departamento de Estado, com longa trajetória política, assinalada pelo
comprometimento pelas boas causas, e a promoção dos extratos mais necessitados.
Ao deparar hoje a conduta do sucessor
de Obama, o único consolo que resta ao eleitor é a ciência de que, em qualquer
lugar do mundo,Hillary venceria a Trump, como venceu por três milhões de votos
no cômputo numérico, seria hoje a primeira Madam President. Já é mais do que
tempo de abandonar esse obsoleto, caprichoso sistema que costuma decretar a
derrota dos candidatos que têm a maioria na votação numérica.
Erasmo, o humanista, escreveu o Elogio à Loucura. Se na pátria de Lincoln houvesse alguém à sua
altura escreveria talvez a propósito o Elogio do bobo da Corte.
Porque este senhor se empenha em desfazer o bom, como a legislação
ambiental de Barack Obama? Trazer de volta o carvão e todas as demais pragas
anti-ambientais, depõe não só contra a ciência, mas sobretudo contra a saúde.
São três coisas inconciliáveis: não se pode ser ao mesmo tempo pessoa
inteligente, honesta e opositor da teoria ambientalista. Assim, se alguém
execra o ambientalismo, pode ser honesto mas não é inteligente. Tampouco será
honesto se descrê da teoria ambientalista, e tendo poder, se empenha em destruir-lhe os efeitos benéficos, como no
caso do carvão.
Na
gilded age, escritor americano satirizava
- que é a arma da inteligência - as necedades dos novos ricos. Os chamados
barões ladrões - de onde saíram muitas grandes famílias - pelo menos tinham
conquistado a riqueza, e contribuído a elevar a opulência do jovem Estados
Unidos.
O que dizer
desse senhor, que cultiva a gente pobre do Cinturão
da Ferrugem,e lhes acena com
promessas que um con man do Oeste não
ousaria fazer ?
Hillary pensa que a intervenção
russa na eleição americana terá sido vingança de Putin, por ela haver exposto,
há algum tempo, as manipulações nesse campo eleitoral de gospodin Presidente. Quem sabe? Mas a ajuda ao amigo terá sido
movida pelo consequente enfraquecimento ou, quem sabe?, sua impetuosa ajuda ao
chamado declínio americano ?
Quem poderia dar visão mais
depreciativa de o que abanar-se com esse triste arremedo de leque, qual
juntar-se aos ignorantões que negam o óbvio, ou o que é ainda pior, colaborar
em jogar os Estados Unidos ou no pântano do retrocesso, ou no deserto do atraso
e do ridículo internacional ?
( Fontes: Apud Cicero - discurso contra Catilina;Mark Twain, The New York Times)
Nenhum comentário:
Postar um comentário