quinta-feira, 30 de março de 2017

A Lava-Jato chega ao Rio de Janeiro

                              
        Há muito esperada, a operação Lava-Jato afinal chegou ao Rio de Janeiro. Não despertam surpresa os locais visitados pela Polícia Federal. Cinco dos sete conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e a detenção coercitiva para depor do Presidente da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, a famigerada Alerj, que é o deputado estadual Jorge Picciani (PMDB).
         Desde muito há comentários sobre a corrupção que grassa nesses dois órgãos estaduais.  Os detidos na operação são suspeitos de participarem de atos ilícitos ou de serem coniventes com supostos desvios  praticados em obras públicas na gestão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), preso em Bangu.
         Trata-se da operação  O Quinto do Ouro, que é mais um desdobramento da Lava-Jato. Aprofunda-se, em consequência, a crise política no Rio de Janeiro e, como era de esperar, as denúncias de corrupção se expandiram  do Poder Executivo para o Legislativo (comandado este  por Picciani) e tendo a Corte de Contas como órgão auxiliar.
          A ação em tela se serviu de informações fornecidas pelo conselheiro do TCE Jonas Lopes e por seu filho, o advogado Jonas Lopes Neto, através de acordo de colaboração premiada.
          Dado o andor da carruagem, há expectativa de que novas acusações atinjam o Poder Judiciário no Rio de Janeiro.
         Com autorização do Ministro Felix Fischer,do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foram presos em regime temporário o atual Presidente do TCE,  Aloysio Neves, o vice-Presidente Domingos Inácio Brazão, e os conselheiros José Gomes Graciosa, Marco Antonio Alencar e José Maurício Nolasco. O ex-conselheiro  Aluísio Gama também foi detido.
           É de assinalar-se que da atual composição  da corte de contas apenas a corregedora Marianna Montebello Willeman não foi alvo da operação da P.F.
            Como sublinha a notícia do Estado de S. Paulo,  o citado Aloysio Neves, atual presidente do TCE, foi chefe de gabinete de Cabral quando este último ocupava a presidência da Alerj (de 1995 a 2002). Os dois - Neves e Cabral - aparecem juntos em fotos de uma viagem a Paris. Assinale-se igualmente que Jorge Picciani, hoje detido em condução coercitiva, era o primeiro-secretário da Alerj na gestão de Sérgio Cabral.




( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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