Há muito esperada, a operação Lava-Jato
afinal chegou ao Rio de Janeiro. Não despertam surpresa os locais visitados
pela Polícia Federal. Cinco dos sete conselheiros do Tribunal de Contas do
Estado (TCE) e a detenção coercitiva para depor do Presidente da Assembléia
Legislativa do Rio de Janeiro, a famigerada Alerj,
que é o deputado estadual Jorge Picciani (PMDB).
Desde muito há comentários sobre a
corrupção que grassa nesses dois órgãos estaduais. Os detidos na operação são suspeitos de
participarem de atos ilícitos ou de serem coniventes com supostos desvios praticados em obras públicas na gestão do
ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), preso em Bangu.
Trata-se da operação O Quinto do Ouro, que é mais um desdobramento
da Lava-Jato. Aprofunda-se, em consequência, a crise política no Rio de Janeiro
e, como era de esperar, as denúncias de corrupção se expandiram do Poder Executivo para o Legislativo (comandado
este por Picciani) e tendo a Corte de
Contas como órgão auxiliar.
A ação em tela se serviu de
informações fornecidas pelo conselheiro do TCE Jonas Lopes e por seu filho, o
advogado Jonas Lopes Neto, através de acordo de colaboração premiada.
Dado o andor da carruagem, há
expectativa de que novas acusações atinjam o Poder Judiciário no Rio de
Janeiro.
Com autorização do Ministro Felix
Fischer,do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foram presos em regime
temporário o atual Presidente do TCE,
Aloysio Neves, o vice-Presidente Domingos Inácio Brazão, e os
conselheiros José Gomes Graciosa, Marco Antonio Alencar e José Maurício Nolasco.
O ex-conselheiro Aluísio Gama também foi
detido.
É de assinalar-se que da atual
composição da corte de contas apenas a
corregedora Marianna
Montebello Willeman não foi alvo da
operação da P.F.
Como sublinha a notícia do Estado
de S. Paulo, o
citado Aloysio Neves, atual presidente do TCE, foi chefe de gabinete de Cabral
quando este último ocupava a presidência da Alerj (de 1995 a 2002). Os dois -
Neves e Cabral - aparecem juntos em fotos de uma viagem a Paris. Assinale-se
igualmente que Jorge Picciani, hoje detido em condução coercitiva, era o
primeiro-secretário da Alerj na gestão de Sérgio Cabral.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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