Um grande derramamento
de petróleo no rio Ambarnaya, na Sibéria, forçou o Presidente Vladimir Putin a declarar, a quatro do
corrente, estado de emergência. Furioso diante do tamanho do desastre ecológico
- cerca de vinte mil tons. de combustivel invadiram o Ambarnaya. O
mega-vazamento teve pioradas as suas consequências por uma série de confusões
das autoridades locais, que foram repreendidas publicamente por gospodin[1]
Putin, que as acoimou pela resposta ruim e lenta.
Acima do Círculo Polar Ártico, no
extremo norte da Rússia, um tanque de combustível em uma usina perdeu pressão
no dia 29 de maio na cidade de Norilsk,
causando o mega-vazamento de pelo menos vinte mil toneladas de petróleo e
lubrificantes, ou mais de 2,4 milhões de litros.
Temendo a reação das autoridades
e, em especial, do Kremlin, os funcionários da estação tentaram conter o
vazamento por conta própria, e por isso
não comunicaram o acidente aos serviços
de emergência durante dois dias, segundo informou o chefe do Ministério de
Situações Emergenciais Evgeni Zinichev.
O homem-forte da Federação Russa
cuidou de convocar reunião na quarta-feira, três de junho, que presidiu
acolitado por Evgeni Zinichev, em reunião que foi transmitida para o imenso
império russo.
Nesse contexto, o governador da
região de Krasnoyarsk, Alexander Uss disse a gospodin Putin que tomara conhecimento do derramamento de
óleo no domingo, depois que "informações alarmantes apareceram nas mídias
sociais."
Putin em seguida atacou
Sergei Lipin, chefe da subsidiária proprietária da Usina - a Norilsk-Taimyr
Energy. Co.. "Vamos ficar sabendo
de situações de emergência pelas redes sociais?", questionou o todo-poderoso presidente. Em seguida, Putin afirmou que um estado de
emergência nacional era necessário para obter mais recursos para os esforços
com vistas à limpeza.
Ainda como parte da
investigação, Viatcheslav Starostine, funcionário da usina termoelétrica foi
colocado em prisão preventiva por um mês, segundo comunicou o tribunal da
cidade de Norilsk. Ontem, quatro de
maio, lagos e cursos de água a mais de vinte km do local continham
concentrações de petróleo em quantidade muito superior ao limite máximo
permitido, de acordo com a agência
reguladora da Federação Russa para recursos naturais.
Grande
desastre ecológico ?
O órgão ambiental
responsável declarou que quinze mil toneladas de produtos petrolíferos
penetraram no sistema fluvial e outras seis mil, no subsolo. Segundo a Agência Nacional de Pesca, o rio
carecerá de décadas para se recuperar do impacto. O diesel estava armazenado para manter
operações em caso de interrupção do fornecimento de gás.
Com o derramamento do petróleo, uma grande
extensão de água vermelha podia ser vista, de margem a margem do rio, em
imagens aéreas divulgadas nesta semana. Em 2016, em outro desastre ambiental, o
rio Daldykan ficara vermelho e a
suspeita foi de vazamento de minério.
De acordo com o Serviço de
Emergência Marítima da Rússia, especializado em tais acidentes, os reforços
enviados para a área, muito isolada e
pantanosa, enfrentam complexo desafio.
"Nunca houve um vazamento desse tipo no Ártico antes. Precisamos
trabalhar muito rapidamente, porque o combustível se está dissolvendo na água",
declarou o porta-voz do Serviço de
Emergência Marítima, Andrei Malov.
Segundo
Malov, seis rampas de contenção foram colocadas no rio para bloquear o fluxo de
poluição para o lago, enquanto o combustível é bombeado para a superfície. As
medidas, sem embargo, todas reativas, irritaram gospodin Putin. "Pedirei às agências competentes de monitoramento
e aplicação da Lei que descubram que
tipo de informação foi relatada, onde e qual foi a resposta de todos que
deveriam agir de acordo com as instruções", afirmou o Presidente de todas
as Rússias.
O Comitê de Investigação da Rússia
declarou que iniciou um processo criminal por poluição e suposta
negligência. A cidade de Norilsk tem 180 mil habitantes e se acha a trezentos
km dentro do Círculo Polar Ártico. Ela está construída em torno da Norilsk Nickel,
a maior produtora de níquel e paládio do mundo.
O Greenpeace da Rússia descreveu ontem, 4 de junho, o derramamento
como "o maior da história do Ártico", comparando-o ao derramamento de
óleo do petroleiro Exxon Valdez,em 1989, que encalhou e ensejou o derrame de 750 mil barris de petróleo na costa do
Alaska. Agora, a limpeza no Ártico pode
custar mais de US 86 milhões, de acordo com o Greenpeace.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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