sexta-feira, 5 de junho de 2020

Petróleo vaza na Sibéria


                                

        Um grande derramamento de petróleo no rio Ambarnaya, na Sibéria, forçou o Presidente Vladimir Putin a declarar, a quatro do corrente, estado de emergência. Furioso diante do tamanho do desastre ecológico - cerca de vinte mil tons. de combustivel invadiram o Ambarnaya. O mega-vazamento teve pioradas as suas consequências por uma série de confusões das autoridades locais, que foram repreendidas publicamente por gospodin[1] Putin, que as acoimou pela resposta ruim e lenta.
            Acima do Círculo Polar Ártico, no extremo norte da Rússia, um tanque de combustível em uma usina perdeu pressão no dia 29 de maio na cidade de Norilsk, causando o mega-vazamento de pelo menos vinte mil toneladas de petróleo e lubrificantes, ou mais de 2,4 milhões de litros.
              Temendo a reação das autoridades e, em especial, do Kremlin, os funcionários da estação tentaram conter o vazamento por conta própria,  e por isso não comunicaram  o acidente aos serviços de emergência durante dois dias, segundo informou o chefe do Ministério de Situações Emergenciais  Evgeni Zinichev. 

               O homem-forte da Federação Russa cuidou de convocar reunião na quarta-feira, três de junho, que presidiu acolitado por Evgeni Zinichev, em reunião que foi transmitida para o imenso império russo.
                Nesse contexto, o governador da região de Krasnoyarsk, Alexander Uss disse a gospodin Putin  que tomara conhecimento do derramamento de óleo no domingo, depois que "informações alarmantes apareceram nas mídias sociais."

                  Putin em seguida atacou Sergei Lipin, chefe da subsidiária proprietária da Usina - a Norilsk-Taimyr Energy. Co..  "Vamos ficar sabendo de situações de emergência pelas redes sociais?",  questionou o todo-poderoso presidente.  Em seguida, Putin afirmou que um estado de emergência nacional era necessário para obter mais recursos para os esforços com vistas à limpeza.
                         Ainda como parte da investigação, Viatcheslav Starostine, funcionário da usina termoelétrica foi colocado em prisão preventiva por um mês, segundo comunicou o tribunal da cidade de Norilsk.  Ontem, quatro de maio, lagos e cursos de água a mais de vinte km do local continham concentrações de petróleo em quantidade muito superior ao limite máximo permitido,  de acordo com a agência reguladora da Federação Russa para recursos naturais.

Grande desastre ecológico ?


                              O órgão ambiental responsável declarou que quinze mil toneladas de produtos petrolíferos penetraram no sistema fluvial e outras seis mil, no subsolo.  Segundo a Agência Nacional de Pesca, o rio carecerá de décadas para se recuperar do impacto.  O diesel estava armazenado para manter operações em caso de interrupção do fornecimento de gás.
                             Com  o derramamento do petróleo, uma grande extensão de água vermelha podia ser vista, de margem a margem do rio, em imagens aéreas divulgadas nesta semana. Em 2016, em outro desastre ambiental, o rio Daldykan ficara vermelho  e a suspeita foi de vazamento de minério.
                        De acordo com o Serviço de Emergência Marítima da Rússia, especializado em tais acidentes, os reforços enviados  para a área, muito isolada e pantanosa, enfrentam complexo desafio.  "Nunca houve um vazamento desse tipo no Ártico antes. Precisamos trabalhar muito rapidamente, porque o combustível se está dissolvendo na água", declarou  o porta-voz do Serviço de Emergência Marítima, Andrei Malov.
                                   Segundo Malov, seis rampas de contenção foram colocadas no rio para bloquear o fluxo de poluição para o lago, enquanto o combustível é bombeado para a superfície. As medidas, sem embargo, todas reativas, irritaram gospodin Putin.  "Pedirei às agências competentes de monitoramento e aplicação da Lei que descubram  que tipo de informação foi relatada, onde e qual foi a resposta de todos que deveriam agir de acordo com as instruções", afirmou o Presidente de todas as Rússias.
  
                                      O  Comitê de Investigação da Rússia declarou  que iniciou  um processo criminal por poluição e suposta negligência. A cidade de Norilsk tem 180 mil habitantes e se acha a trezentos km dentro do Círculo Polar Ártico. Ela está construída em torno da Norilsk Nickel, a maior produtora de níquel e paládio do mundo.

                                          O Greenpeace da Rússia descreveu ontem, 4 de junho, o derramamento como "o maior da história do Ártico", comparando-o ao derramamento de óleo do petroleiro Exxon Valdez,em 1989,  que encalhou e ensejou o derrame  de 750 mil barris de petróleo na costa do Alaska.  Agora, a limpeza no Ártico pode custar mais de US 86 milhões, de acordo com o Greenpeace.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )


[1] Senhor, em russo.

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