Fernando Ruiz, o novel ministro da Saúde, da Colômbia - com
pouco mais de cem dias no cargo - declarou na última entrevista ao jornal O
Globo que o Brasil, assim como a Venezuela pode ser uma
"bomba-relógio" para os vizinhos pela falta de atitudes mais
enérgicas para conter o avanço do coronavírus.
Sem embargo da assertiva, o ministro
admitiu que o diálogo com as autoridades brasileiras para ações na fronteira
vem melhorando.
"Qualquer país que não adote as
medidas recomendadas para mitigar a epidemia é uma bomba-relógio para si mesmo
e seus vizinhos. Mas tenho esperança que vamos desativar ou pelo menos
conseguir uma explosão controlada desta bomba no Brasil", afirmou o
ministro.
Ruiz evitou atacar diretamente o
presidente Jair Bolsonaro, mas disse que o governo colombiano "não pode se
submeter" a decisões do Brasil para ações na fronteira. A cidade de
Letícia, na Amazônia colombiana, faz fronteira com Tabatinga, do lado
brasileiro, e é onde se registram mais casos de Covid-19 por cem mil habitantes
no país: 1.995 infectados, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde da
Colômbia.
- Ainda que Letícia e Tabatinga sejam
na prática uma mesma cidade, não podemos nos submeter a decisões do governo
brasileiro. Sabem que o diálogo e ações conjuntas têm efeitos positivos dos
dois lados da fronteira, mas seguimos fazendo o que achamos certo,
independentemente do que façam nossos vizinhos - afirmou.
Sem embargo, o ministro disse que o diálogo com autoridades
brasileiras para ações na tríplice fronteira
entre Brasil, Colômbia e Peru - antes classificado por ele como
"absolutamente difícil" - está melhorando e que a situação em Letícia
já se estabilizou. A previsão de Ruiz é que a quarentena na região se estenda
até o dia 1° de julho:
- O diálogo está finalmente fluindo. Já
tivemos três reuniões de alto nível para trocarmos informações epidemiomiológicas
e para botarmos em prática ações concretas, sendo uma delas a nível local, com
autoridades de Letícia e Tabatinga. A
comunicação com o governo brasileiro está melhorando.
( Fonte: O Globo )
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