sábado, 27 de junho de 2020

A irresponsável ameaça à Amazônia


        

        Por motivos estúpidos, sob capa de lamentável ideologia, o regime Bolsonaro estimula a destruição da floresta amazônica através de criminosas, gigantescas queimadas. Não surpreende, por conseguinte, que o Executivo norueguês, Jan Erik Saugestad,  venha a público declarar:

          "Todos queremos continuar investindo, queremos contribuir com o desenvolvimento econômico do Brasil, como investidores. Mas se não virmos uma clara mudança de curso, o risco de continuar está ficando maior e maior e vamos chegar ao ponto em que teremos de sair.
              "É preciso haver crescimento sustentável, de um jeito que não seja devastando as florestas. Tem que ser um crescimento inclusivo. E o Brasil avançou muito no passado, com o apoio inclusive de governos como o da Noruega. Agora está se movendo na direção errada

Se o sr. se encontrasse com o presidente Bolsonaro hoje, o que diria a ele?    

                  "Três coisas. Uma é que acreditamos que investimentos sus- tentáveis garantem  retornos por muito tempo e são a coisa certa a fazer, para um país, para as empresas e para os investidores.
                      A segunda coisa é que estamos ficando sem tempo. Precisamos não apenas parar as emissões de gás carbônico mas capturá-lo para evitar o aquecimento global, e também evitar um colapso da bio-diversidade. E o terceiro ponto é que apenas quando investidores, companhias e governos trabalham juntos podemos mudar algo."
                         Não há dúvida que um discurso racional, como o acima, tem chances tendentes para zero com pessoas como o presidente Bolsonaro e o seu ministro Ricardo Salles. Seria necessária e mesmo imprescindível uma reação de uma força tal que quebrasse a energúmena certeza do Presidente e a cumplicidade do anti-ministro do Meio Ambiente.  Será que a Noruega tem condições instrumentais de conribuir para a salvação da Amazônia? Só vejo na perspectiva de um movimento realmente global, com a criação de uma pressão do bem realmente irresistível.

( Fonte: Folha de S. Paulo )

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