A
expressão é antiga, mas creio apropriada para o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, do PSC. jornal O
Globo resume no primeiro parágrafo da reportagem a sua
situação crítica,que já se desvela nos subtítulos: acuado,governador demite
secretário (Lucas Tristão) pivô de
crise na Alerj, onde há dez pedidos
de impeachment, e decide destituir
organização social investigada em inquérito que apura suspeita de fraude nas
unidades de campanha.
Tais medidas drásticas chegam tarde
para o atendimento daqueles infectados pelo coronavirus. O IABAS - Instituto de
Atenção Básica e Avançada à Saúde - foi afinal afastado da gestão dos sete
hospitais de campanha que já deveriam estar prontos há mais de mês, para
atender infectados pelo coronavírus.
Também com o escopo de salvar-se, Witzel exonerou Lucas Tristão, seu homem de confiança,do cargo de
Secretário estadual de Desenvolvimento Econômico. É de notar-se que Tristão é
desafeto de boa parte da Alerj.
A própria situação dos hospitais
de campanha - seis deles ainda em obras, já desvela a atuação do Iabas. Com
o afastamento do Iabas - medida que se impunha há muito, decreto ontem
publicado determina que os 6 ainda inacabados serão concluídos e geridos pela Fundação Estadual de Saúde.
Além das denúncias de irregularidades já em processo de investigação, o
secretário de Saúde Fernando Ferry
descobriu que o incrível Iabas comprara carrinhos de anestesia - em vez dos
respiradores - que obviamente não são adequados à função das unidades (em
palavras simples, os respiradores podem ser a diferença entre a vida e a morte
de um doente grave da Covid-19).
É de estranhar que uma situação tão grave quanto esta, e que se mostra
há várias semanas,tenha levado tanto tempo para chegar ao ponto em que ora
afinal está. Com efeito, Witzel, o Iabas
e outros nomes do governo são alvos de
um inquérito que apura possíveis fraudes
em contratos para os hospitais de campanha. Há poucos dias, o Superior Tribunal
de Justiça (STJ) determinou que a Polícia Federal cumprisse mandados de busca
e apreensão em endereços do governador e da esposa, Helena Witzel.
Já a delegada Patrícia Alemany, que investigou
o Iabas, deve ser transferida para outra delegacia (apoio ao Turismo). Por sua
vez, ao exonerar Lucas Tristão, o sexto secretário de sua gestão derrubado em
duas semanas, Witzel faz um aceno (que muitos definiriam como desesperado) à
Alerj. Sem embargo dos antecedentes, no que tange ao governador, o gesto foi
considerado positivo pela compreensiva Alerj.
(
Fonte: O Globo )
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