Com
106 novos casos de covid-19 desde a quinta-feira, autoridades da capital
chinesa cercaram 28 bairros, em que os moradores não podem sair e só estão
autorizados a receber comida; OMS disse que avalia enviar especialistas para
saber se as medidas são suficientes.
Virus
foi achado em tábua de fatiar salmão.
Para
conter nova onda de covid-19, a
prefeitura de Pequim desinfectou 276 mercados - fechou onze - e 33 mil
restaurantes ou lojas de alimentos. Desde 30 de maio, pelo menos duzentas mil
pessoas visitaram o mercado de Xinfadi, onde o
vírus foi descoberto em tábuas onde o salmão importado era fatiado. Mais
de oito mil funcionários do local passaram por testes e foram colocados em
quarentena. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) da China
informou que a cepa descoberta no mercado corresponde a uma frequentemente
achada na Europa. "Mas isso não é suficiente para certificar que procede de frutos do mar importados",
disse o diretor do CDC, Wu Zunyou.
No entanto, de acordo com o órgão,
ainda não se sabe se essas novas contaminações foram causadas por uma
transmissão entre humanos ou por meio de alimentos.
Com
medo de novo surto, Pequim veta viagens, isola bairros e proíbe até taxis
Autoridades
de Beijing, capital da China, classificaram ontem, 16 de junho, os surtos de
coronavírus como extremamente severos e
baixaram normas que determi-nam que os moradores não deixem a cidade. As novas medidas para conter essa aparente segunda onda do
novo coronavírus também suspendem os
vôos entre província da RPC e proíbem viagens ao exterior.
Para que se tenha idéia do caráter extremo dessas medidas ordenou o
confinamento de 28 bairros residenciais inteiros. Milhares de moradores não
podem sair, estando autorizados apenas a receber alimentos. Embora se computem
apenas nove mortes pela covid-19 desde dezembro último na capital, a
Organização Mundial da Saúde disse que acompanha "muito de perto" a
situação e, nesse sentido, discute em enviar mais especialistas à cidade, para
avaliar as medidas que estão sendo tomadas até agora.
"A situação epidêmica na capital é extremamente grave", disse
o porta- voz da cidade, Xu Hejian. "Agora precisamos tomar ações estritas
para limitar a propagação da covid-19, disse, afirmando que agora a cidade vive
"uma corrida contra o tempo".
Em conjunto, a cidade já contabilizou 106 novos infectados desde a
última quinta-feira. Esse é o maior surto da doença desde fevereiro, o que
acendeu o alerta nas autoridades.
Beijing chegou a não reportar novos casos de coronavírus por 56 dias seguidos, mas agora quase que
dá como certa uma segunda onda de contágios - se ignora se ela é do mesmo tamanho
da primeira.
Preocupadas com os óbvios riscos de contágio, outras províncias chinesas
impuseram exigências de quarentena para visitantes vindos de Pequim (Beijing).
Nos últimos três dias, Hebei, Liaoning e Sichuan relataram casos novos da
doença, que teriam surgido em mercados de frutas, legumes e carne que procediam da capital chinesa.
O novo surto em Beijing foi localizado em um mercado atacadista de
alimentos de Xinfadi, no sudoeste da cidade, onde milhares de alimentos são
comercializados todos os dias - o local abastece pelo menos 80% da cidade de
vinte e dois milhões de habitantes e ainda é referência de compra para outras
províncias do país.
Na 2ª feira, a prefeitura já havia classificado os bairros isolados como
áreas de risco médio, exigindo que a população que mora neles tenham a temperatura
monitorada. Também na 2ª feira as
autoridades locais haviam anunciado que a cidade está em "estado de
guerra" para enfrentar uma nova onda do coronavírus.Nesse quadro, além das
províncias chinesas, ontem, 16 de junho, Xangai exigiu que viajantes de
Pequim passem duas semanas em quarentena.
Cercas.
Após a notificação dos novos casos, áreas de Pequim receberam cercas da noite
para o dia, com entradas e saídas restritas e barreiras de segurança que
funcionam 24 horas. Serviços de táxi foram suspensos. Alem da determinação de
fechamento de mais escolas e do recuo da volta às aulas no ensino médio, o
governo também proibiu a realização de festas de casamento.
Bibliotecas, museus e parques ficarão abertos por tempo reduzi-do e com
apenas 30% da capacidade. A cidade intensificou ainda a inspeção dos mercados
de produtos frescos como carne suína, bovina, ovina e de aves congeladas.
Outros negócios, incluindo supermercados e restaurantes, estão sendo
controlados para garantir que não haja produtos contaminados nesses locais.
Pequim (Beijing) tem
capacidade de testar mais de noventa mil pessoas por dia, segundo a agência de
notícias estatal Xinhua. Autoridades municipais querem testar todos os
vendedores de mercados e donos de res-taurantes.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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