terça-feira, 30 de junho de 2020

Bolsonaro aconselhado a livrar-se do Min. Salles


       
         O presidente Bolsonaro vem sendo aconselhado a livrar-se de alguns Ministros, notadamente Ricardo Salles, do Meio Ambiente. Embora conte com o apreço do presidente - e do núcleo ideológico - ele é considerado problemático por integrantes do próprio governo e visto como entrave para o avanço de acordos comerciais internacionais.
             Segundo consta, nesse contexto, o presidente deverá ser visitado em muito breve por importante representante norueguês. Como se sabe, a Noruega, dentro da política médio-ambiental, tem mostrado muito desconforto com a involução da posição do atual governo do Brasil no que tange à defesa do meio ambiente na Amazônia. Notadamente, as recentes e gigantescas queimadas que devastaram ulteriores parcelas dessa importante região, agravaram não só as preocupações da Noruega quanto ao futuro da  floresta Amazônica, mas também a levaram a considerar as suas inversões no passado e no presente, que sempre foram tendentes a respaldar o interesse do Reino nórdico na preservação desse verdadeiro pulmão da Humanidade. Tendo presente as considerações acima, alto representante do Reino nórdico deverá entrevistar-se em breve com o presidente Jair Bolsonaro.
             Diante das somas depositadas no passado - bem como no compro-metimento do Reino norueguês na defesa da Hiléia amazônica - esse alto representante do governo nórdico  tem por missão comunicar ao Chefe da Nação brasileira que a existência de fundos substanciais depositados pressupõe o empenho do Brasil na defesa da preservação da Amazônia. Sendo incompatível com o esforço de Oslo nesse sentido, o alto representante do Reino desejaria significar que eventual mudança de orientação de Brasília levaria necessariamente a que tais fundos sejam retirados de sua atual desti-nação, visto que não faria qualquer sentido que tais substanciais montantes - que espelham o interesse e o empenho  do contribuinte norueguês na manutenção desta região florestal privilegiada no que tange ao clima e ao condicionamento de melhores condições ambientais para a atmosfera terrestre  - possam vir a ser desvirtuados por eventual orientação tendente a ruinoso desmatamento, em que se manifestaria molesta contraposição entre as in-versões de boa fé do Reino da Noruega, voltadas para a preservação da Hiléia amazônica e a aparente contradição com política que à primeira vista se afasta do objetivo maior dos esforços da comunidade internacional e, por conseguinte, do próprio Brasil, na defesa do espaço amazônico haja vista não só os investimentos da Noruega, tendo presentes contribuições mate-riais prestadas pela Amazônia enquanto virtual pulmão do planeta.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )  

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