Que me perdoe o
jornalista da Folha, Igor Gielow,
que me parece pegou um pouco pesado demais quanto à oportuna mensagem do
ministro Celso de Mello.
Será que a classe política, que estaria
"já devidamente assustada pela alarmista mensagem do decano do Supremo
Tribunal Federal, o ministro Celso de Mello", que teria feito, no
entendimento do jornalista "uma comparação historicamente exagerada entre o momento atual do Brasil e a Alemanha
na ascensão do nazismo."
A República de Weimar, queira ou
não o competente profissional que é Igor Gielow, se marca como a antecâmara do
nazismo. Terá sido pela sucessão de governos no Reichstag, e a debilidade de seus líderes, que se sucediam no
poder, enquanto toleravam os excessos das milícias organizadas do nazismo, que
Weimar passou essa lúgubre mensagem para a posteridade.
Os seus próprios governantes,
pela fraqueza extrema que os levou no wagneriano final a pactuar com o cabo como se fora alguém confiável,
constitui a mensagem escrachada que Weimar, pela sua incapacidade de lidar com
o nazismo e, sobretudo, por chamá-lo afinal para reger a sinistra orquestra, compõe o quadro em que se situam os irresponsáveis líderes que pensaram
possível entregar o poder àquele que se transmutaria no que se transformou de
pintor fracassado no maior agitador e fautor da desgraça de um Povo que já
saíra de uma pesada derrota na Grande Guerra, sob a liderança do Kaiser, de que
as semelhanças com o Chanceler Bismarck, autor de vitórias passadas, eram
infelizmente nulas.
No jogo das comparações
históricas, é sempre arriscado aventurar hipóteses negativas. Também na república de Weimar os seus líderes
militares acreditarem que o cabo, a despeito de seus incendiários discursos,
poderiam ser domesticado. Infelizmente não foi assim.
Deixemos a mestre Celso de
Mello, que nos brindou há pouco com o tratamento adequado para a incrível
sessão ministerial do governo Bolsonaro, o ensejo de manifestar a própria
opinião, fundada na sua argúcia e conhecimento histórico, para que depois não
se venha dizer que o óbvio de o que parecem canhestras manifestações não venha a transformar-se em um desastre para a nossa democracia.
( Fonte: Folha de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário