sexta-feira, 5 de junho de 2020

Brasil passa Itália


                         

        O Brasil está dando ao mundo uma lição às avessas. Enquanto muitos países fruem do benefício de visão responsável em relação à pandemia, a governança no Brasil - como em São Paulo e, sobretudo, no Rio de Janeiro - vem prestando um exemplo às avessas em termos de combate à pandemia.
            Ao invés de obedecer à lição  transmitida por inúmeros países, que não se apressam - hoje que seria estultamente já pelos exemplos recolhidos - irresponsavelmente muitas autoridades do Brasil têm pressa em pôr para trás a peste do coronavírus, o que é resposta mais do que tola, e, na verdade, irresponsável.

              Assim, o incrível prefeito do Rio de Janeiro - e outros mais, em S. Paulo - pensam já chegado o tempo de amainar as velas no combate à pandemia. Esses apressados não querem esperar o momento azado, quando a epidemia para de crescer. Não adianta tenta forçar os tempos. Há de esperar-se para que ela perca força, e pare de crescer. De nada serve, querer forçar os tempos da onda de contágio.Ela só pode ser controlada, enquanto a onda maldita mostra sinais de autêntica regressão.
                  Como numerosos países  nos ensinam, essa inflexão quando tomada no momento azado, que é quando os números do contágio se detêm, que soa a hora do fechamento das comportas da morte, para que afinal a pandemia não continue a grassar impunemente, e por um movimento físico ela afinal seja controlada, cortada enfim a sua capacidade de envenenar a população com o movimento maldito da cofid-19.

                    É uma questão de tempo e responsabilidade. Infelizmente, os gestores do Rio e São Paulo têm pressa.  Isso é tudo que eles não deviam exibir diante da progressão da pandemia. Esse avanço maldito tem de morrer paradoxalmente pela sua própria força. Passado o seu ápice, e iniciada a regressão, é o momento da autoridade demonstrar a disciplina necessária à população, a fim de que a peste infernal enfim regrida, retirando-lhe através da negação do contágio, a possibilidade de que a sua espiral maldita possa por fim ser cortada, enquanto todo e qualquer contágio lhe é negado. como também a oportunidade de prover-se de mais vítimas.

                    Há um velho ditado que ensina que o apressado (ou o tolo) come cru, por não saber valer-se da hora certa. É o que estão demonstrando os gestores do município e do estado de S. Paulo, querendo antecipar tempos, ao invés de ter a sabedoria já exercida em outros países de colher a hora apropriada, para ao cabo da necessária espera afinal desfechar o golpe certo para pôr fim à contaminação e assim livrar a população brasileira desta praga letal.

                       Seria bom que demagogos como Crivella não houvessem prematuramente levantado as cancelas em termos de volta ao normal - vale dizer, no caso, dar rédeas soltas ao corcel da morte, buscando estultamente terminar antes da hora as medidas de contenção.

                           Bolsonaro irresponsavelmente tirou o Ministro Mandetta da Saúde, e a deixou, na prática, acéfala, pois ora lá colocou um militar como chefe da Pasta !

                             Vamos ver como isso vai acabar.  Dizem que Deus é brasileiro. Se o nosso Presidente ignora  os milhares de mortos no Brasil pela pandemia - hoje são 34 mil e 21   - e nessa tétrica corrida somos o terceiro país no mundo, o que é um atestado pesado para os nossos governantes, em especial do presidente Jair Bolsonaro, que já saudara no passado a progressão macabra  com um  E daí ? anti-comentário que me recuso sequer a descrever no que implica de humanas consequências.

( Fonte: O Globo )    

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