O
descontrole governamental - a falta de uma liderança federal - impulsionou a
curva dos óbitos. Segundo o Dr. Paulo
Petry, doutor em epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
sublinha a alta taxa de contágio do Sars-CoV-2. No Brasil, cada infectado
chegou a transmitir o vírus para até três pessoas, conforme estudo do Imperial College de Londres.
Consoante o Dr. Petry
há outros fatores importantes: o distanciamento é fundamental para o
achatamento da curva epidemiológica. Mas enfrentamos problemas, como a
aglomeração nas periferias. O especialista não deixa, outrossim, de
reportar-se ao "descontrole
governamental", que também impulsionou a curva de óbitos.
Nesse sentido, é referência a declarações
irresponsáveis do presidente Bolsonaro, que comparou a Covid-19 a uma "gripezinha". Nesse sentido, ele protagonizou embates com
prefeitos, governadores e os próprios ministros (a saída de Mandetta do
Ministério da Saúde se deve à ação de Bolsonaro). A substituição por Nelson Teich não obteve
maiores resultados, e a Pasta é ora ocupada por um interino, Eduardo Pazuello,
militar sem experiência na área.
Por
outro lado, é de interesse nacional acentuar o descontrole do governo, na
verdade a negativa na prática de o presidente Bolsonaro assumir o papel de
liderança que por sua posição natural e legalmente lhe cabe.
O
Brasil, nesse contexto, dispôs de mais tempo para preparar-se para enfrentar
esse grande desafio. Nesse quadro, o grande ausente foi o presidente da
República, que até hoje se nega a assumir qualquer liderança nessa
questão.
Salta aos céus, no entanto, que essa estranha inação do Presidente
Bolsonaro levou a agravar exponencialmente o problema causado à gente
brasileira pela chamada "gripezinha"
(como a chamou o presidente do Brasil).
O problema está em que, no Brasil, o Poder Executivo por motivos não
esclarecidos deixou de tomar providências, que decerto lhe competiam e que
foram adotadas, v.g., pela vizinha Argentina. Como diz o pesquisador Alessandro
Farias, coordenador da Força-tarefa da Unicamp
contra a Covid-19:
"A
Argentina fechou suas fronteiras e registrou menos de mil mortes. O Brasil é um país muito maior e esta operação seria
mais complicada, mas poderia ter sido feita, ao menos nos aeroportos de Rio e Sâo
Paulo, com centros de controle para testagem de passageiros."
Ainda nesse contexto, O Globo
estampa em sua edição hodierna que
" Sucessão de erros leva país a superar 50 mil mortos".
O comentário de O Globo é genérico:
" Falta
de testes, brigas políticas e quarentenas falhas fizeram o novo coronavírus
avançar pelo Brasil; epidemiologista diz que taxa de mortalidade pode aumentar
com inverno e que pandemia está longe do fim."
(
Fonte: O Globo )
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