quarta-feira, 24 de junho de 2020

Governo 'ajusta' data de exoneração de Weintraub


               
         Em meio à polêmica, que chegou a envolver a utilização do passaporte diplomático e até suspeitas de manobra para entrar nos EUA, o governo Bolsonaro recorreu de novo ao Diário Oficial, para ajustar os fatos e corrigir a data da demissão do ministro da Educação,Abraham Weintraub.
             Nesses termos, embora a saída de Weintraub haja sido anunciada na quinta, a exoneração foi oficializada somente no sábado, após a chegada dele a Miami.  Contudo, com a retificação a dispensa de Weintraub passou a valer "a partir de 19 de junho", um dia antes de o que constava no decreto anterior.

               Como se sabe, Weintraub foi indicado para assumir o cargo  de diretor-executivo do  Banco Mundial, em Washington.  Já no Brasil, ele passou a ser investigado pelo Supremo no inquérito das fake news após chamar magistrados da Corte de "vagabundos" e também por racismo contra chineses, chegando a admitir o receio de ser preso.
                 Note-se, outrossim, que a Oposição enviou ontem um abaixo-assinado ao embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman, manifestando preocupação com o fato de Weintraub haver sido admitido naquele país "sob falsas alegações para se esquivar do inquèrito sobre suas ações" e que agora lá resida  "fora do status regular".
                   Apesar de ter viajado com o visto G-1, específico para representantes estrangeiros que trabalham em organismos internacionais, como o Banco Mundial, a posição de Weintraub precisa passar  por eleição dentro do grupo que irá representar com a diretoria-executiva para a qual foi indi-cado.  

                      Por sua vez, o Ministro Celso de Mello pediu ontem, 23 de junho, ao Procurador -Geral da República, que indique se o inquérito para investigar se Weintraub cometeu crime de racismo ao ironizar  o sotaque chinês deve ir para a Justiça Estadual ou Federal. Como se sabe, o ex-titular da Educação perdeu o foro privilegiado ao deixar o cargo, na última semana.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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