Em meio à polêmica, que chegou a envolver a
utilização do passaporte diplomático e até suspeitas de manobra para entrar
nos EUA, o governo Bolsonaro recorreu de novo ao Diário Oficial, para ajustar
os fatos e corrigir a data da demissão do ministro da Educação,Abraham
Weintraub.
Nesses termos, embora a saída de Weintraub haja sido anunciada na quinta,
a exoneração foi oficializada somente no sábado, após a chegada dele a
Miami. Contudo, com a retificação a
dispensa de Weintraub passou a valer "a partir de 19 de junho", um
dia antes de o que constava no decreto anterior.
Como se sabe, Weintraub foi indicado para assumir o cargo de diretor-executivo do Banco Mundial, em Washington. Já no Brasil, ele passou a ser investigado
pelo Supremo no inquérito das fake news após chamar magistrados da Corte de
"vagabundos" e também por racismo contra chineses, chegando a admitir
o receio de ser preso.
Note-se, outrossim, que a Oposição enviou ontem um abaixo-assinado ao
embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman, manifestando preocupação com o fato
de Weintraub haver sido admitido naquele país "sob falsas alegações para
se esquivar do inquèrito sobre suas ações" e que agora lá resida "fora do status regular".
Apesar de ter viajado com o visto G-1, específico para representantes
estrangeiros que trabalham em organismos internacionais, como o Banco Mundial,
a posição de Weintraub precisa passar
por eleição dentro do grupo que irá representar com a
diretoria-executiva para a qual foi indi-cado.
Por sua vez, o Ministro Celso de Mello pediu ontem, 23 de junho, ao
Procurador -Geral da República, que indique se o inquérito para investigar se
Weintraub cometeu crime de racismo ao ironizar
o sotaque chinês deve ir para a Justiça Estadual ou Federal. Como se sabe,
o ex-titular da Educação perdeu o foro privilegiado ao deixar o cargo, na
última semana.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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