terça-feira, 28 de julho de 2020

Maia avaliza formação de bloco


               

       De olho na próxima disputa pela sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ), MDB e DEM lideram movimento que visa a expurgar do bloco que apóia o chamado Centrão a bancada de deputados mais próximos de Jair Bolsonaro.  À sucessão de Maia - que tem crescido em influência na direção da Câmara - se deseja preservar uma aproximação com núcleo de deputados mais próximos do notório Centrão.  A articulação em marcha visa a debilitar o líder do PP, Artur Lira (AL), que tem ganho espaço no círculo bolsonarista, e que é inclusive encarado como possível candidato à cadeira de Maia.
         Sob o argumento de buscar mais autonomia, DEM e MDB (juntos somam  63 cadeiras) anunciam  o desígnio de afastar-se do chamado blocão - grupo que reúne nove partidos e cerca de duzentos parlamentares - dentre os quais o notório Centrão, vinculado a legendas como PP, PTB, Solidariedade e PL. O chamado Centrão foi o degrau de início escolhido pelo Governo Bolsonaro para preservar a respectiva influência na Câmara. Para quem está familiarizado com o legislativo brasileiro, a fama do chamado Centrão é conhecida, e o recurso deste Governo a tal tipo de apoio já pode dar vários elementos quanto à posição parlamentar da Administração Jair Bolsonaro.
           Rodrigo Maia (DEM - RJ) tem crescido, máxime pela sua direção da Câmara dos Deputados, e ,  nesse contexto,  tal acerto, como toda providência fundada com as vistas na boa governança, constitui um dado positivo, ainda que as entre-correntes e as perspectivas da política sob a administração Bolsonaro não costumem obedecer aos manuais clássicos da política.
            O indiidualismo - sobretudo se a liderança não se pauta pela lógica política - constitui estrela que induz à escassa confiança, e que, por conse-guinte, deve condicionar o recurso  à prudência e à sua amiga cautela, em doses que, para o comum dos mortais, podem ser havidas como cavalares...

( Fonte: Folha de S. Paulo )   

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