sábado, 18 de julho de 2020

Dois PTs ?


                        
       De acordo com Ascânio Seleme e o mundo político em geral,  existem dois PTs: Um deles, é o de Lula da Silva, aquele que manda, e tem entre seus expoentes Gleisi Hoffmann e José Dirceu. Esse grupo não quer ouvir falar de entendimento político, ou mesmo de frente contra Bolsonaro. Apostam na ruptura como única forma de retomar o poder.

          Há, no entanto, um outro PT, tão de esquerda quanto o de Lula, que entende ser urgente superar a etapa do "nós contra eles", e que um grande entendimento entre as forças políticas democráticas não é apenas necessário, é urgente. Essa segunda turma, é liderada pelo ex-ministro, ex-prefeito de S.Paulo e ex-candidato a presidente,  Fernando Haddad.
           Segundo Ascânio Seleme, tal grupo não tem as amarras populistas Lula & Cia., é mais moderno, pensa no futuro e não se contenta apenas com o atendimento de interesses imediatistas e corporativistas. Sem embargo, Haddad teve a sua oportunidade, e por uma série de fatores, foi derrotado nas últimas eleições.

             Se o futuro do PT será determinado pela prevalência de um grupo sobre o outro. Seleme censura o clima de confrontação que persiste no PT. Para ele, hoje o PT de Haddad é minoritário e sofre marcada censura do campo majoritário.  Para ele, carece de calar para sobreviver e seguir brigando internamente pela transformação do partido.
                Enquanto o dono da bola se recusar a sentar à mesa para trabalhar em conjunto em favor de todos,  a vítima seria o Brasil segundo o articulista.  Um pais como o nosso, com um abismo social que mantém dezenas de milhões de brasileiros à margem do bem estar e do progresso, precisaria de um partido de esquerda forte, moderno e eficiente. No entender de Seleme, este não seria o partido de Lula.  Há poucas dúvidas de que exista uma luta de lideranças no Partido dos Trabalhadores, com a atual predominância dos lulistas. Este combate entre passado e presente será sempre complicado, mas também subsistem poucas dúvidas, de que um novo PT carece de sur-gir e que de alguma forma supere os vezos do passado.

( Fonte: artigo de Ascânio Seleme, em O Globo)          

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