domingo, 12 de julho de 2020

Entornaram o caldo ?


                  
          É difícil definir um anti-ambientalista. Quem não gosta da natureza, quem tem ódio de grandes florestas, deve ter algum problema psicológico mais sério. Tomemos, por exemplo, a Amazônia. Ter raiva desse enorme espaço, que tem uma benéfica ação sobre a atmosfera e, por conseguinte, é uma grande herança para o Brasil e, como tal deveria ser considerada, se pode até explicar a torpe motivação daqueles que derribam a floresta virgem. São aqueles criminosos que vêem na hiléia a possibilidade de miríficos lucros, e não hesitam um só instante se lhe dão a oportunidade de cevar-se com um patrimônio que não lhes pertence.
              Para tratar com criminosos, só mesmo a letra pesada dos códigos penais. Esta, eles entendem, como os facínoras que olham com vistas cúpidas a presa, mas não ousam atacá-la se a vêem bem defendida, com feros olhares a acompanhá-los.
               A Folha noticia em primeira página que empresas sofrem com ação anti-ambiental de Bolsonaro. Em consequência, "imagem do país deteriora, e executivos já relatam ao governo queda de aportes".
                 É uma velha ladainha. Em geral os defensores do meio ambiente costumam ser gente educada, e tal vem dos próprios princípios. Porque os anti-ambientalistas, ou são tipos sórdidos, cuja cobiça desmesurada é movida pela destruição da natureza, e que não computa os areais que vão 'criando', como no norte da África, ou tem algum desvio psicológico, que lhe faz dar de  ombros, enquanto cevam os próprios instintos, e que se dane o planeta Terra!  
               Constitui o cúmulo do cinismo  pensar que é possível nomear como ministro do Meio Ambiente a Ricardo Salles. Pois trata-se de um anti-ambientalista que não se limita a prejudicar a Amazônia, mas também tem raiva da Mata Atlântica, a despeito de tudo o que ela possa significar em termos de preservação de recursos hídricos. Bolsonaro é  o padrinho desse pequeno monstro anti-ecológico.  Graças ao atual decano do STF, Ministro Celso de Mello, o Brasil pôde tomar conhecimento da reunião do ministério Bolsonaro, com a lambuja de escoimar a tipos como Abraham Weintraub (livrar-se dos gatunos no STF?), ou aproveitar a infame ensancha oportunosa de "passar a boiada", como sugeriu Salles, que é o anti-ministro do Meio Ambiente             
            A esse respeito, semelha de alta relevância que um grupo de 36 grandes empresas se articule publicamente para manifestar preocupação com a deterioração da imagem do Brasil no exterior. Tal atitude reflete a pressão sofrida de grandes investidores e parceiros comerciais estrangeiros sobre a questão ambiental.
                 Além do inquietante relato de boicote a produtos brasileiros no exterior, pesam bastante além das cobranças ambientais, os dados sobre desmatamento e grandes queimadas na Amazônia, que reverberam no exterior.
                   Dessarte, Marcelo Bacci, diretor da Suzano: "Sentimos questionamentos tanto de clientes, quanto de investidores". "Estamos na iminência de perder um acordo com a União Europeia em razão de uma  má política ambiental. É um estrago sem dimensões", declara Pedro Pessoa, da Natura.  

( Fonte: Folha de S. Paulo )

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