quinta-feira, 23 de julho de 2020

A Mágica do Distanciamento Social


                
         Enquanto não se descobrirem - ou prepararem - medicamentos específicos para a Covid - 19, o afastamento físico será sempre um modelo a ser considerado. Dada a gravidade do desafio colocado por essa enfermidade,  dificuldade esta que é composta pela extensão quase planetária do impacto deste mal que é transmitido pelo novocoronavírus, compreende-se a extensão e o impacto deste mal.

              Há decerto enorme diferença entre a capacidade técnica e médica de enfrentar esse vírus, e aquele que causara a chamada gripe espanhola, que provavelmente surgiu das infectas galerias de trincheiras da Grande Guerra. Em termos técnicos e de instrumentalia faltava muito para se ter um melhor entendimento desse enorme desafio, em época desprovida  da qualidade dos atuais aparelhos para mensurar a extensão da ameaça daquela que foi a grande ceifadora existencial da segunda década do nascente século vinte.

                  Segundo minha avó materna - conforme já referi neste blog - ela admirava o belo casal então formado por quem mais tarde seria o meu avô Antonio Mendes Filho e a sua jovem esposa Maricota, que foi arrancada do convívio da sociedade sul-riograndense por intervenção da  "Espanhola"

                  O distanciamento social constitui uma óbvia defesa contra  enfermidade como a Covid-19. Apesar dos progressos já registrados no combate a tal mega-epidemia, não há negar que o arsenal para a defesa das populações só tende a crescer, sobretudo através da reação por intermédio das vacinas, de que existem na praça alguns espécimes, que em breve reforçarão as defesas das populações envolvidas. Há várias já em exame, como a inglesa e a chinesa. Surgirão decerto outras que reforçarão as defesas do Homem e que, por conseguinte, conterão a expansão desse mal que pode ser mortal, como o demonstram os macabros sinalizadores nos EUA, Brasil e India.

                        Com a aplicação maciça das vacinas, o mal da Covid-19 não poderá mais alastrar-se com a desenvoltura que lhe tem marcado a macabra trajetória até o presente.
                           De todos os instrumentos de combate  à Covid, o distanciamento social tem sido por ora o mais eficaz.  Por uma série de características, a distância a princípio se afigurou como o meio de defesa mais eficaz contra tal flagelo. Se o conceito é primitivo - afastar pela distância a possibilidade de o vírus adquirir uma força catastrófica, em um fenômeno que poderia denominar de efeito Lombardia - como ocorreu na velha Bota italiana, por força do retorno de grandes torcidas lombardas, que retornavam depois de uma partido de calcio.  
                               Os italianos mostraram ao mundo a sua capacidade de vencer os efeitos malignos do vírus pelo distanciamento social, mostrado com admirável eficácia em cerimônias sem público na Praça S. Pedro, de que Sua Santidade o Papa Francisco deu uma corajosa lição ao povo italiano e aos fiéis que através da TV acompanharam Sua Santidade.
                                  A grande inimiga desse método singelo está no caráter irrequieto das povoações, caráter este que pode tornar-se cada vez mais potencialmente homicida através do contágio generalizado, que é uma variável composta por mobilidade dentro das grandes aglomerações, que pode ser havida como quase homicida (micidiale) pelo espaço - em geral reduzido - que cria para acelerar a transmissão da doença.
                                     Daí, as vantagens do distanciamento social e a injunção de evitar-se grandes agrupamentos em cerimônias seja religiosas, seja esportivas, seja políticas.     
                                     A criação de grandes espaços vazios é um instrumental poderoso para prevenir os efeitos ruinosos das aglomerações. Evitar o contágio, seja em conduções apinhadas, seja em assembleias que tendem a ensejar a transmissão do vírus, seja em passeatas que nesses tempos de pandemia podem transformar-se  em reanimadores  dessa gripe que tantos óbitos tem produzido em países marcados pelo individualismo e a falta de um senso de disciplina.

Fontes: TV pontifical, relatos dos surtos epidêmicos na Lombardia e na península ibérica; medidas profiláticas, como o exemplo dado por Papa Francisco na sua aparição em Praça São Pedro  deserta dos seus habituais fiéis.

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