Lendo o artigo em O Globo sobre o jornalista e historiador
americano John M.Barry, mesmo um entranhado nacionalista há de concordar
que se vem para contrariar idéias de Trump e de seu discípulo Bolsonaro,
precisamos saudá-la como bem-vinda.
Com efeito, que outra reação podemos ter
diante do posicionamento de líderes que negam a ciência, como os presidentes
Trump e Bolsonaro ?
Autor de "A grande Gripe" John Barry, obra sobre a chamada Gripe Espanhola, que matara mais de cinquenta milhões de pessoas, entre 1918 e
1919, ao findar a guerra das trincheiras do
I conflito mundial, tal tenebroso evento, legado da 1ª Guerra Mundial
para o pós-guerra, deixaria marcas por todo o mundo, dado o número de vítimas da chamada Espanhola.
Tenho, inclusive, em minha família, pelo
viés dos parentescos, a marca próxima dessa tragédia mundial que foi a Gripe
Espanhola. Recordo-me que a minha avó Cidalizia costumava dizer que admirava o
par formado por Antonio Mendes Filho e sua mulher Maricota.
Não é que esta ultima seria colhida, na
cidade do Rio Grande, no extremo sul do Brasil, pelo flagelo da Espanhola, que a
levou? Enviuvando, meu futuro avô Antônio Mendes casaria, em segundas núpcias,
com Cidalizia Vaz Dias, de onde surgiria, dentre os descendentes, minha mãe
Maria e, mais tarde, o seu filho Mauro?
São decerto caprichosos os
caminhos do nascimento.
Concordo, decerto, com a
avaliação do americano John M.Barry sobre os presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro. por ele qualificados como idiotas perigosos.
Quanto ao presidente Jair
Bolsonaro. ele não só defende uma
posição esdrúxula, que chegou a qualificar de gripezinha, o que considero, além de um acinte aos milhares
de brasileiros mortos, e por ela causados, uma falta grave em termos de assumir as respectivas
obrigações, que lhe foram decerto impostas pelo seu alto cargo, que, de resto,
não lhe caíu do céu mas, sim, atribuído
ao cabo de renhida disputa, neste grande desafio para a nacionalidade, que é a eleição
de dois turnos.
Como toda negativa, a recusa
do Presidente
Jair Bolsonaro de encarar o repto dessa peste moderna, tem consequências
graves para a nacionalidade. Além de não haver assumido os plenos encargos de
sua posição republicana de mando - e tampouco procedeu, como seu colega
argentino, ao fechamento das fronteiras quando esse magno desafio lhe bateu às
portas - preferiu ao invés adotar uma postura dúbia, e não servir-se do aparelho do
Estado para combater a pandemia sem dó nem piedade, como deveria.
Ao contrário, além de
omitir-se no mando, desestabilizou o bom ministro Mandetta, chamando para a pasta outros menos capazes do bom
combate, até que trouxe, como é seu arraigado vezo, os seus companheiros de
farda, quando o que se faz necessário é a proficiência na matéria.
Combater esse flagelo
não com a disposição que o momento exige, tende a criar a presente atmosfera em
que se batalha pela metade - eis que falta a plena liderança presidencial. Isso se reflete no número de mortos, que é
uma espécie de herança maldita de combate mal-empreendido. .
Os céus não são os mesmos daqueles turvos horizontes do pós-Grande
Guerra, em que muito pouco do árduo caminho no combate àqueles desafios para a
Humanidade poderia ser feito. Hoje a ciência e a experiência clínica não permitem
que se mergulhe nas turvas águas de um demasiado fácil negacionismo. Não há mais espaço crível para quem se
aventure a explorar as dúbias costas desse negativismo irresponsável.
Eleições são
cousas sérias, e não histórias passadas, de uma Humanidade que saía de sangrento conflito mundial, acompanhada de uma peste ignota, despojada de defesas de toda
ordem. Vivemos hoje uma época bem diversa, em que o antes disponível negacionismo não mais tem qualquer plausível guarida,
(Fontes:
O Globo: e experiências dos tempos da Pandemia).
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