quinta-feira, 2 de julho de 2020

Cisjordânia: sob pressão Netanyahu adia planos


           
         O governo israelense  prometeu iniciar nesta 4a.feira, dia primeiro de julho, plano de anexação de áreas da Cisjordânia. Contudo, diante da forte pressão contrária internacional, os planos foi adiados.
            Membros do gabinete de Netanyahu declararam que as propostas ainda estão sendo debatidas, o que não passou de cortina de fumaça, diante da forte reação internacional.

            Mapas que circularam em janeiro indicam a intenção de Israel de abocanhar cerca de 30% da Cisjordânia. Por outro lado, líderes israelenses decidiram em maio aumentar o controle sobre áreas com assentamentos judeus no vale do rio Jordão - também considerada pelos palestinos como parte do respectivo território.
                Autoridades palestinas,as Nações Unidas, e países europeus e árabes criticaram a decisão israelense e reafirmaram que vêem  como ilegais os assentamentos erguidos em territórios conquistados na guerra de 1967.

                  A esse propósito, o premier britânico, Boris Johnson, pediu que qualquer plano de anexação seja descartado. Por sua vez, o ministro de  Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian declarou que "uma decisão por anexações não será deixada sem consequências" e também que a França estuda opções de resposta em coordenação com Aliados.
                     Diante da reação, Israel cita ligações religiosas, históricas e políticas com os território que ambiciona ocupar...Grosso modo, as partes da Cisjordânia a serem porventura anexadas representariam algo como 50% da chamada Area C, que engloba pouco mais de 65% da região que Israel controla desde  1967 e aonde vivem 400 mil colonos israelenses e 150 mil palestinos.

                        Não seriam anexadas as Áreas A e B, controladas pela Autoridade Nacional Palestina, e onde se encontra a maioria dos palestinos da região.
                          Para Netanyahu, a anexação seria importante para traçar as fronteiras finais do país - incertas após 72 anos da criação do Estado de Israel.
                           O  premier tem feito da anexação de territórios uma bandeira de seu quinto mandato, iniciado em maio. Críticos dizem que é uma estratégia para desviar o foco dos processos de corrupção em que Bibi é réu.

                                   Nesta  quarta-feira, cerca de três mil palestinos protestaram na Faixa de Gaza em um ato que uniu os grupos rivais Fatah e Hamas contra a anexação.  Há o temor de que  a anexação leve a uma nova Intifada, levante palestino com horizonte de graves consequências geopolíticas e de segurança.
                                       Na sexta-feira, dia 26,  um dia depois de o Hamas afirmar que a anexação seria uma "declaração de guerra", dois foguetes foram disparados da Faixa de Gaza em direção a Israel. Em resposta, jatos israelenses atingiram duas instalações militares.

( Fonte: Folha de S. Paulo )

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