quarta-feira, 29 de abril de 2015

Notícias direto do Front

                                     

Saída de Marta do PT

 
       Segundo alega, pelo tratamento recebido, a Senadora Marta Suplicy está deixando o PT (vai para o PSB). Sai atirando contra a corrupção no partido, além do mau tratamento recebido nos últimos tempos.

        Compreende-se que a expoente do antigo PT tenha tido grande dificuldade em digerir a coroada mediocridade de Dilma Rousseff, assim como o último poste, i.e. Fernando Haddad.

         Marta muitas coisas trouxe ao moinho do PT, vencendo duras batalhas contra os lock-outs dos donos dos ônibus, além de haver introduzido o passe único (de três horas) em favor dos usuários dos transportes coletivos.

           Nesse tipo de separação contenciosa, as baixarias tendem a proliferar. No entanto, de acordo com a legislação, se afirma lícito que o PT pretenda reivindicar judicialmente o que resta do mandato senatorial de Marta. A conferir, eis que nem sempre sai como as partes supõem.

 

Novo crime policial contra o negro americano

 

           Nesses últimos tempos, vários crimes de policiais brancos têm matado afro-americanos. Nos casos em tela, as polícias em geral se assinalam não só por sua brancura, mas também pelo tratamento rude, desrespeitoso e às vezes criminoso com que visitam  infelizes negros que porventura lhes cruzam o caminho.

           Nesse contexto, é tristemente informativo  vislumbrar, com atônita surpresa, o tiro pelas costas dado em afro-americano que procurava afastar-se correndo (com razão, pelo visto) do policial, e a maneira fria com que este o abate mortalmente, como se participe de anódino exercício de treinamento de pontaria.

           Na semana passada, em Baltimore, Freddie Gray foi levado para a delegacia. Como inculpação, ele detinha um canivete (o que para a polícia branca dessa cidade, já basta para assinalar –lhe a suspeição).

           A surra que aplicaram em Freddie – que era um homem jovem e robusto – foi a tal ponto que lhe fraturou a medula espinhal. A estúpida morte de mais um afro-americano nas mãos de polícia violenta e racista, em que são numerosos os descendentes de poloneses e de outras etnias europeias, provocou compreensível e incontrolável revolta na comunidade negra.

             O fato de os Estados Unidos terem um presidente negro não parece diminuir a postura preconceituosa e racista de sua polícia municipal, como os diversos incidentes – em geral mortais para as vítimas afro-americanas – na Flórida e em Missouri, e agora em  Maryland, bastante próxima da capital onde Barack Obama vive na Casa Branca, semelham peças de um falso quebra-cabeças. Tampouco colabora para a reconciliação, a maneira unidirecional do tratamento judiciário, em que os brancos são os inocentes, e os negros, culpados.

             A comunidade negra reage, em motins e desordens generalizadas. Tem sido assim, desde o assassínio de outro negro, na Califórnia – se não me engano na década final do século vinte -  também pela polícia municipal de Los Angeles. É mais do que compreensível a reação, embora sirva sobretudo para tornar a situação ainda mais tensa.

                Diante da violência policial branca e da reação da comunidade negra, revoltada e com razão, pela postura preconceituosa de aparato de segurança em que os brancos em geral predominam, a única saída para esta crise estaria talvez na formação de unidades policiais mistas, em que negros e brancos coexistissem e operassem juntos.

                Dentro de formações em que brancos e negros se alternariam no comando, e em que o preconceito seria penalizado fortemente, reside a esperança de que a cooperação na luta contra os malfeitos tenda a aproximar as comunidades.

                Será esperar demasiado no triunfo do bom-senso? 

 
Inflação e Desemprego      

 
               A inflação – que devemos a Dilma Rousseff pela sua ruinosa política econômico-financeira – quebrou todos os tetos do Banco Central, chegando a 8,2% no período. Mas há outros desenvolvimentos nessa área, que talvez sejam tanto ou mais preocupantes do que o dado acima.

               A carestia tem efeito evidente nos salários, ao observar-se que a renda nominal (sem correção monetária) cresceu 5% (comparando com março de 2014), abaixo, portanto, da inflação registrada no período.

               Por outro lado, em termos de desemprego, há dois dados que marcam a gravidade da crise no Brasil: de março de 2014 a março de 2015, o  crescimento da população desempregada foi de 23,1%; por outro lado, no último trimestre (dezembro/2014 a março/2015), o incremento do desemprego passou de 4,3% a 6,2% .

 

( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo, The New York Times )

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