domingo, 12 de abril de 2015

Colcha de Retalhos C 13

                           

Persiste reprovação a Dilma
 
        A pesquisa Datafolha hoje divulgada não traz novidades, mas tampouco acena com eventuais boas notícias para Dilma Rousseff.  Os que avaliam o seu governo como ruim/péssimo de 62% na última pesquisa passaram para 60%, o que é interpretado como estabilização do conceito negativo.

       Por outro lado, houve ligeira alça nos que lhe classificaram a administração  como regular (27%), elevando-se de 24% da consulta anterior.

        No que tange aos que consideram como ótimo/bom o governo, ficaram na mesma, estacionados em 13%.

        Não é de estranhar, portanto, que 63% dos interrogados digam sim à abertura de processo de impeachment, enquanto 33% se manifestem contrários.

        A pesquisa Datafolha mostra que 64% dos brasileiros ignora quem é o Vice-Presidente.

         Por fim, os protestos tem o apoio de 75% dos entrevistados.

 

Os Protestos de Rua

 
       Que as primeiras manifestações tenham sido um êxito, não há dúvida. Mas multidões são criaturas volúveis, e não é aconselhável prever isto ou aquilo.

       No entanto, não é de ignorar-se que para 57% dos interrogados ela sabia da corrupção na Petrobrás e deixou que acontecesse.
       Realmente, é difícil de engolir que ela tenha permanecido por dez anos como chefe do Conselho de Direção da Petrobrás, e nada, mas nada mesmo, haja sabido a respeito.

       Na hipótese dos companheiros fiéis, se o comportamento foi esse mesmo, das duas, uma: ou não queria saber, ou, como Paulo Salim Maluf, ela não estava nem aí...

 
A  Progressiva  Normalização entre Estados Unidos e Cuba

 

       O aperto de mão de Barack Obama e Raul Castro não ocorre por primeira vez. Já sucedera no enterro de Nelson Mandela (2013) por iniciativa de Obama. Sem embargo, é importante  que o gesto se repita, e seja continuado por histórica reunião entre os dois presidentes na 7 ª  Cúpula das Américas, na Cidade do Panamá.

        A imprensa noticia que o encontro põe fim a mais de meio século de silêncio entre os líderes dos dois países. A menção de que Obama não anuncia o fim do embargo, ou a retirada de Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo, não depende estritamente do Presidente (pelo menos no caso do fim do embargo, em que o Congresso terá de manifestar-se, e sendo agora de maioria republicana, é  pelo menos duvidoso  que o GOP se anime a endossar por ora tal iniciativa).

       Nos resumos de imprensa sobre esses dez lustros de contraposição, não se entrevê menção da atuação do Presidente Jimmy Carter (1976/80). E, no entanto, esse democrata, a despeito de limitado a um só mandato, fez com que se criassem escritórios de relações diplomáticas entre os dois países (na prática, missões diplomáticas), e muito provavelmente teria conseguido a  normalização das relações americanas e cubanas em seu segundo mandato (que não houve, por especial cortesia de Ronald Reagan).  É típico do presente desconhecer o passado, mormente aquele com que a autoridade do momento nada tem a ver. Mas não seria mau, porque Carter, se lhe coube a infelicidade do incidente dos reféns americanos na ex-embaixada em Teerã, foi pela sua política de apoio aos direitos humanos (com reflexos no Brasil do general Ernesto Geisel), um primeiro mandatário que abriu (ou entreabriu) muitas portas a esses direitos primordiais do ser humano, que Washington antes na prática desconhecia.

 

Nicolás Maduro exige o fim das sanções estadunidenses...  

 
        Como sói acontecer, um presidente fraco, contestado por grande parte da população, chegou a conferência internacional - no caso, o  Panamá -  falando grosso.

        Embora deva saber que são gestos ôcos,  disse Maduro que estendia a mão para conversar com Barack Obama, mas também exigiu a revogação do decreto que impõe sanções contra autoridades militares de seu país.

        Desses sete venezuelanos, cinco são militares, um é híbrido, e a única mulher é promotora.

        Por certo, não há santos nessa lista. Sem querer enfadar o leitor, mencionemos apenas dois: o General Gustavo González López, ‘mereceu’ a sanção na condição de diretor-geral do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN) pela eficiente violência com que esse serviço brucutu (na prática une o SNI às agências militares atuantes nos porões da ditadura dos ‘nossos generais’) prendeu manu militari e sem alvará judicial o Prefeito de Caracas, Antonio Ledezma.

       Por outro lado, Katherine Harrington foi ‘distinguida’ pelas sanções americanas, por sua condição de promotora do Ministério Público em Caracas.  O fato de haver penalizada por Tio Sam implicou em um empurrão na carreira repressiva de Katherine, eis que foi prontamente nomeada Vice-Ministro do Sistema Integrado de Investigação Penal...

 

 E balbucia de emoção por um agrado de Rhodes

       “Os Estados Unidos não acreditam que a Venezuela seja uma ameaça à segurança nacional”. Esta declaração de Ben Rhodes, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca  foi aceita com exultante emoção pelo Presidente Maduro, que o definiu como seu amigo e camarada. (É desconhecida se existe alusão também a Roberto Carlos).

            Rhodes explicara a inclusão da Venezuela na lista de países que representam ameaça à segurança dos Estados Unidos como medida pro forma, para poder justificar legalmente a aplicação das sanções...

 

Ruídos iranianos quanto ao fim do embargo

 
           Não surpreende que o Líder Supremo do Irã, o ayatollah Ali Khamenei, cobre agora maior rapidez no fim das sanções ocidentais contra Teerã.

           Pelo cronograma divulgado pelos EUA, o Irã se compromete a fechar três de suas cinco usinas nucleares e reduzir o nível de enriquecimento de urânio para 3,67%, patamar em que é possível produzir energia elétrica.

           Em troca, americanos e europeus se comprometem a retirar as sanções econômicas ao país assim que fôr confirmado o cumprimento de cada etapa do acordo.

           Ali Khamenei veio a público para reforçar as exigências do principal  negociador iraniano, Hasan Rowhani, que é o presidente daquele país. “Todas as sanções devem ser retiradas juntas no mesmo dia do acordo, não em seis meses ou um ano. Se a remoção das sanções depende de outro processo, por que nós começamos a negociar ?”

           Esse endurecimento de Ali Khamenei se refletiu em declaração do Presidente Hasan Rowhani: “Nós não assinaremos nenhum acordo, a menos que as sanções econômicas sejam totalmente retiradas no primeiro dia  de implementação do acordo.”

           Note-se que tais declarações, datadas de nove de abril, discrepam de asserções anteriores de Rowhani, quando a três de abril o chefe do governo não estabelecera em seu discurso prazos para a retirada das sanções.

           Ainda há muitos escolhos a serem vencidos.  O fato de o GOP controlar agora o Senado estadunidense não será o menor deles.

 

( Fontes: O  Globo;  Folha de S. Paulo )   

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