sexta-feira, 3 de abril de 2015

Notas de 6ª Feira Santa

                                       

Acordo Nuclear EUA-Irã

 

         Segundo notícia do New York Times, em Genebra, mãe e madrasta de tantos acordos, alguns marcantes e muitos destinados ao rio do Letes, Estados Unidos e Irã chegaram a um entendimento geral sobre medidas  a serem tomadas eventualmente no contexto do programa nuclear iraniano.

         Dadas as intricâncias e a delicadeza da matéria, fica para junho vindouro o acordo conclusivo que daria à Administração Barack Obama os fundamentos necessários para asseverar que todos os caminhos do Irã para fabricar a arma nuclear foram cortados.

         Tanto o Ministério do Exterior da Alemanha, quanto o Presidente Hassan Rouhani, do Irã, concordaram em que os parâmetros básicos para a estrutura de um acordo definitivo foram alcançados, ficando os detalhes para serem negociados até 30 de junho p.f.

         Não obstante, de acordo com diplomatas do Ocidente, a cautela é necessária, eis que no que tange a vários dos tópicos chave debatidos na semana passada pelo Secretário de Estado John Kerry e sua contraparte iraniana, Mohammad Javad Zarif, ainda restam discrepâncias significativas.

         O recém-reeleito Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu continua a desempenhar o seu papel auto-assumido  de contestador oficial quanto às perspectivas de entendimento confiável, no que tange ao eventual fabrico pelo Irã de engenho nuclear.

 
Mais um ataque contra cristãos

 

           A facção al-Shabab  fez mais um ataque ao Quênia. Na quinta-feira, um comando dessa milícia ligada a al-Qaida matou 147 estudantes e deixou 79 feridos, na universidade de Garissa.  Situada no nordeste queniano, a ação criminosa segue a linha de intolerância extrema do Isis e do Boko-Haram, que são facções, em geral bem armadas, que vêem no cristão não um ser humano como eles próprios, mas o inimigo mortal, por razões ligadas ao maniqueísmo desses grupos. 

           A falência de certos estados, como a Somália (caso extremo), mas também a anarquia armada na Síria, Líbia e no próprio Iraque constituem o ambiente  para que  tais sociedades se desenvolvam. Releva notar, outrossim, que representa um imã de peculiar atração para as correntes de aderentes para tais formações a-sociais – a par da inadaptação de certas etnias, como se verifica em subúrbios e quase-favelas na França, no Reino Unido,  sem esquecer a corrupção governamental na Nigéria, de que se vale  o Boko-Haram – acorrerem aos atuais terreiros propícios para a aglutinação destas minorias, as quais tendem a ser mais ou menos integradas (e belicosas) de acordo com as circunstâncias do estado anfitrião.  Tal processo reedita, de certo modo,  na cercania de estados mal ou bem integrados nas práticas civilizadas  o que foi, na longínqua decadência do Império Romano do Ocidente o papel de comunidades bárbaras  semi-aculturadas, a que a enfraquecida Roma admitia (ou tolerava) a presença nos limites dentro ou na imediação das antigas divisas imperiais, no seu papel de proletários internos e externos do antigo território romano, agora em fase de decadência no tardo Império Romano.

 

(Fontes:  The New York Times; A Study of History, Arnold. Toynbee; Folha de S. Paulo).

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