terça-feira, 29 de abril de 2014

Vária

                                                

Fantástico quarentão

 
      A Folha publicou no domingo boa reportagem sobre o Fantástico, cuja crise se vem arrastando há anos. Ideado por Boni, na década dos setenta, dentro do formato de revista de variedades, no âmbito televisivo, talvez o mais sério desafio por ele encontrado no período inicial terá sido o ambiente político de então, anos de chumbo e de pesada censura. Daí o modelo utilizado, análogo ao das revistas gráficas da época (Manchete e no exterior, notadamente Paris-Match e Life), em que o eclético (de tudo um pouco) dava as mãos à necessária superficialidade, para vencer em Pindorama as paranoicas lentes dos censores.
      À falta de um programa novo, o Fantástico tem sido objeto ao longo dos anos de diversas reformas, que, no entanto, não logram modificar-lhe a ideia básica e, por conseguinte, necessariamente malogram. O Fantástico teve sucesso no seu lançamento e nos primeiros anos pela originalidade da concepção, sua conformação dentro dos paradigmas do momento (o modelo de revista de variedades) e estrita obediência às injunções do regime militar.

      As sucessivas reformas desse programa dominical, motivadas pela queda na audiência, podem ser comparadas às tentativas de adaptar um modelo T às exigências de públicos novos. Se lhe falta  originalidade criativa na concepção, por mais mudanças adjetivas que se trate de aplicar ao programa, o seu conceito, inda que fantasiado, permanecerá substancialmente o mesmo. E é aí que mora o problema.

 

Réplica de Barbosa a Lula

 

          O Presidente do STF, Joaquim Barbosa – que foi o relator da Ação Penal 470, i.e., o processo do chamado Mensalão – afirmou que merece “o mais veemente repúdio” a avaliação do ex-presidente Lula da Silva, de que o dito julgamento pela corte teve “80% de decisão política”.

          Segundo Barbosa, Lula teria “dificuldade em compreender”  um Judiciário independente. Por sua vez, o Ministro Marco Aurélio Mello, também do STF disse: “não sei como ele tarifou, como fez essa medição. Qual aparelho permite isso ? É um troço de doido.”

          Os dois pré-candidatos presidenciais se manifestaram de forma igualmente negativa quanto as assertivas de Lula. Para Aécio Neves (PSDB) Lula “não faz bem à democracia”. Por sua vez, Eduardo Campos (PSB) afirmou que decisões judiciais não devem ser discutidas.

           Merval Pereira, em sua coluna, releva contradições do ex-Presidente.  Até mesmo na entrevista à tevê portuguesa, sublinha o colunista que Lula exercitou a sua incoerência, “uma hora dizendo que não estava ali para criticar o Supremo e em seguida dizer que o julgamento fora político”.

            Também, de acordo com Merval, ele deu declarações discrepantes em relação à Petrobrás. Escusou-se de comentar o escândalo, alegando para os jornalistas estar ‘por fora’. Depois, ao realizar que não lhe ficava bem dizer que estava por fora da polêmica aquisição da refinaria de Pasadena (adquirida durante o seu governo) tentou consertar a assertiva empurrando a culpa para a imprensa, que teria entendido errado...

 

(Fontes:  Folha de S. Paulo, O  Globo )

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