quinta-feira, 17 de abril de 2014

Salgadinhos da Festa

                                    

P.M. e escolares


                A Polícia Militar do Rio resolveu fazer treinamento perto do CEAT (Centro Educacional Anísio Teixeira), em Santa Teresa. Grupo de estudantes do ensino médio, em intervalo de aulas, passou  observando o treinamento de cerca trinta policiais, carregando maca e simulando socorro a um ferido.

                  Alguns alunos do CEAT vaiaram os PMs. Em seguida, foi acionada bomba de gás lacrimogêneo bem em frente do CEAT. Os resultados da invasão do gás em salas de aula são previsíveis (o CEAT tem cerca de 640 alunos).

                  Se as vaias foram gratuitas, inadmissível também é a reação de PMs. O episódio  só tenderá a aprofundar um fosso de incompreensão recíproca, que não aproveita para criar  bases com vistas a uma relação positiva. E é para essa relação que se deve dirigir o repensamento das partes interessadas.

  Custo da Olimpíada

                 Noticia a imprensa que a previsão de custo da Olimpíada do Rio de Janeiro, de 2016, já chegou a R$ 36,7 bilhões e supera o valor gasto  em 2012, nos Jogos Olímpicos  de Londres (que montaram ao equivalente de R$ 32,1 bilhões – em valores atualizados).

                 É estranhável que a essa altura com tantas obras não terminadas – ou mesmo atrasadas consoante o cronômetro do COI – esses dispêndios venham a ultrapassar o que foi gasto em Londres.  Se as despesas com segurança ainda não estão computadas, a diferença deverá aumentar e muito.

               Como interpretar esse estranho encarecimento ? Desperdício, ineficiência ou corrupção, ou um coquetel dos três ?

                      
A Justiça deve adequar-se à realidade

 
             O bárbaro assassínio de um menino de onze anos, Bernardo Boldrini, - e os suspeitos dessa vez são o pai e a madrasta – se coloca de novo a questão da rejeição de um filho, traz a luz antecedentes no mínimo ainda mais perturbadores. Como não foi ouvido pela Justiça  o pedido do menino de que a guarda provisória fosse transferida?

             Afinal, se o outro que foi aparentemente assassinado pelo padrasto não tinha qualquer condição pela sua tenra idade de obter melhor guarda, não era o caso de Bernardo, que mostrara claramente não estar satisfeito com a guarda do pai? E com onze anos o seu pedido deveria ter tido melhor sorte.
             Se é difícil de entender essa rejeição paterna, o é ainda mais se denegarmos a um menino que já tem discernimento a oportunidade de que a avó materna se encarregue da guarda.

             O fenômeno merece mais atenção. E a lei deve levar em conta a capacidade intelectual e emotiva da criança de ter a sua sorte decidida de forma menos mecânica, e mais conforme aos próprios interesses e inclinações do órfão de pai ou de mãe. De uma certa forma, humanizaria um pouco mais a difícil atribuição da guarda, em um momento já traumático para o menino ou a menina.

 

(Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo)

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