sábado, 19 de abril de 2014

Diário da Mídia

                                               
 
Procissão impedida por sem-teto

 
                       A arquidiocese do Rio de Janeiro é uma vez mais, por motivo de insegurança, obrigada a cancelar tradicional manifestação de fiéis. Desta feita, D. Orani, recentemente criado cardeal, se vê forçado a não realizar as cerimonias na Catedral, que fica no centro, pelos riscos colocados com o  ajuntamento dos sem-teto da Oi no entorno do templo. Como se sabe, depois de despejados da  invasão por uma operação policial, tentaram colocar-se nas cercanias do Palácio Guanabara, de onde foram igualmente   afastados.
                        Além de ser estranhável que essa aglomeração permaneça sem destinação pelo menos provisória de parte das autoridades competentes, causa espécie que os órgãos de segurança, subordinados ao novel Governador Pezão, tenham permitido que os sem-teto busquem guarida em torno da Catedral, em largo central da cidade. É mais do que tempo de encontrar local adequado, mesmo que provisório, para evitar tais constrangimentos.

                         Não é a primeira vez que D. Orani se vê obrigado a não realizar cerimônia religiosa, por causa de fatores alheios à sua vontade. É lamentável que esse constrangimento persista. De alguma maneira o problema tem de ser resolvido, e de forma adequada, pois doutra maneira se estaria apenas transferindo o transtorno para outros logradouros da velha capital.
 

Naufrágio de navio coreano    

 
              A atitude do comandante sul-coreano do navio, Lee Joon-Seok mostra que o exemplo do comandante do transatlântico italiano fez tristemente escola. Ao revés da nobre tradição de coragem e firmeza dos comandantes de antanho – que costumavam afundar com o navio ou ser o derradeiro no seu abandono - os últimos dos dias correntes só parecem pensar em livrar a própria pele.  Este chegou ao cúmulo de não cuidar de nenhuma providência de salvamento dos pobres escolares que pensavam estar em viagem de recreio, mas sim de pôr-se ao largo, como  ratazana a abandonar os porões de uma nave  fazendo água.

               Com o exemplo do comandante fujão, a maior parte da tripulação o imitou. O ferry que transportava a excursão afundou rapidamente. 179 pessoas foram resgatadas, 28 mortes determinadas, e há 268 desaparecidos (dos quais 236 estudantes).

               Se bem que o ato seja decerto condenável, o suicídio do vice-diretor da escola que aprovara o passeio (e fora salvo) mostra, ainda que de forma exacerbada e rígida,  a consciência ética de haver contribuído de algum modo para esse eventual e discutível erro no que tange à realização do citado cruzeiro. 
 
Prévias Eleitorais

 
          Os atuais números de Dilma Rousseff  são de molde a preocupar os dirigentes de sua campanha.  Com aprovação inferior a 34% a reeleição fica, na linguagem hodierna, bastante complicada, o que, na prática, significa o malogro da tentativa.
         Daí a inquietação dos companheiros, temerosos de que o malogro de Dilma venha a colocar o PT (e seus aliados) na rua da amargura.  O Globo, a respeito, noticia que, com base em estudo do Instituto Análise sobre 104 eleições para mandatos executivos (presidente e governador), verificou-se que nenhum candidato com aprovação igual ou inferior a 34% conseguiu reeleger-se.

        Por outro lado, luzindo como salvação da vigésima-quinta hora, o seu criador Lula da Silva ainda ostenta totais superiores aos de sua criatura...

 
Portuguesa sai de campo na estreia

      
      Baseando-se em liminar de juíza – que a devolve à série A – a Portuguesa resolveu interromper o seu primeiro jogo pela série B. O juiz preferiu deixar em suspenso o ditame sobre o resultado oficial do jogo, se derrota por w.o., ou prejudicado e pendente de decisão judicial.

     A CBF, com singular inabilidade, interveio anunciando que a decisão da juíza – a que qualificou de forma negativa e mesmo preconceituosa – seria derrubada pelo Superior Tribunal da Justiça Deportiva, como se a justiça esportiva tivesse mais cacife do que a Magistratura.
     O modo com que o Fluminense foi – e por enésima vez – reconduzido à primeira divisão já provocara espécie, máxime pelos estranhos procedimentos concernentes ao rebaixamento da Portuguesa.

     Dadas as características das entidades esportivas, será sempre bem-vinda a vigilância da Justiça (com letra maiúscula). Os times devem ser castigados (ou favorecidos) pela sua atuação em campo. Fatos estranhos a esses resultados não deveriam importar em perda de pontos (o que desvirtua o resultado obtido de forma lídima). Além de limitar os efeitos do chamado tapetão, esses eventuais deslizes deveriam redundar em multas, nunca em perda de pontos, que é maneira de favorecer a uns em detrimentos de outros, sem que o velho futebol bretão tenha nada a ver com isso.

 

(Fontes:  O Globo, Folha de S. Paulo)

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