segunda-feira, 21 de abril de 2014

Dois Logros

                     
 
Desestabilização da Ucrânia oriental

 

             Notícias de jornal e análises de fotos vem demonstrando mais um artifício de gospodin Vladimir Putin que se empenha em dúbia estratégia, inspirada nas agressões nazistas, de fabricar uma insurgência nas regiões ucranianas de fala russa, com o reforço de agentes secretos russos.

             Os serviços americanos já detectaram nas invasões de administrações regionais e ações congêneres a presença de russos, com treinamento em ações especiais, e sob a proteção de máscaras e uniformes descaracterizados, supostamente para serem identificados como se fossem naturais da Ucrânia, quando na verdade o disfarce visa a esconder nua e cínica agressão do império russo contra a ex-república da URSS.

            É um esquema que já funcionou com o conhecido sucesso na península da Crimeia. Com a intervenção de tais elementos, treinados nesse tipo de operação, o ex-agente da KGB fornece gratuitamente aos grupos ucranianos que desejam aderir a Moscou um precioso auxílio, trazido por operadores aguerridos e especialmente treinados para aglutinar resistências ao estado ucraniano, com aptidão e desenvoltura que de longe superam as eventuais contribuições de supostos simpatizantes pró-Rússia, seja em forma de atuação desestabilizante, seja com capacidade de superar resistências de elementos locais.

           Não é comovente que a hierática figura do máximo chefe Vladimir Putin zombe nos salões do Kremlin das precárias defesas de uma nascente Ucrânia, enquanto determine ao seu mensageiro de conciliação – o Ministro Sergei Lavrov – que assine com o colega John Kerry nos salões genebrinos documentos que falam de uma paz, que, por baixo do pano, os agentes especiais de Moscou se empenham em inviabilizar?

    
A Petrobrás é intocável !


            Para quem, a começar por Lula da Silva, sempre enchera a boca nos seus firmes propósitos de defesa intransigente da Petrobrás, a criação de Getúlio Vargas e a nossa principal empresa, surpreende e consterna essa enxurrada de escândalos e dúbias operações (todas unidas para detrimento da Petróleo Brasileiro S.A.).

          No que tange ao tratamento reservado pelas administrações petistas a esse grande ícone do nacionalismo, causa espécie a gritante contradição entre a retórica nacionalista praticada não só pelo PT, mas também pelos partidos caudatários, como o PCdoB, de extremada defesa de tal conquista, e, por outro lado, o procedimento por baixo do pano ou nem tanto, de descarado aparelhamento da estatal.

        Segundo revelações de imprensa, as diretorias da infeliz Petrobrás tiveram distribuição política levada a extremos, a ponto de incluírem afilhados políticos do ex-Presidente Fernando Collor.

       Agora as declarações do ex-presidente José Sérgio Gabrielli empurram as hostes de D. Dilma a tentar impedir por todos os meios a formação da CPI sobre os escândalos da Petrobrás. O tratamento dado pelos lulo-petistas à estatal foi tal a ponto de fazer-nos lamentar a época em que a sua direção estava confiada a neoliberais e assemelhados. A par da notória tentativa da Petrobrax logo jogada às urtigas pela reação pública e política, não há exemplo de uma campanha tão ferrenha e de tão amplo  enfraquecimento da nossa maior empresa,  resultando na drástica diminuição de seu valor de mercado, e a queda consequente de suas ações, para desaponto de tanta gente honesta que confiara nas administrações da Petrobrás – e ainda mais as petistas – como fatores de resguardo e de defesa dessa empresa, hoje enxovalhada por enorme dívida e uma choldra que ao invés de tratar dos seus interesses – que são os da Nação brasileira – cuidaram de urdir uma série de operações muitas fraudulentas, que levaram ao resultado que ora deparamos.

      Compreende-se, assim, que D. Dilma e sua base no Congresso se hão de empenhar na inviabilização de qualquer ação que vise a descerrar a cortina da propaganda mentirosa, através da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Das duas uma: se todas essas acusações ou não passam de campanha difamatória – os mais velhos se hão de recordar das campanhas difamatórias que o defunto regime militar tinha como anátema – ou surgem já pejadas de verdade. Nas duas hipóteses, um governo interessado em recuperar a nossa maior empresa não hesitaria em enfrentar o salutar banho luz da verdade.

      Se há procedimentos errados, herança de Nosso Guia, ainda é tempo de expô-los e corrigi-los, através das câmeras e da imprensa. Agora, quem procura inviabilizar a CPI da Petrobrás, persegue outros escopos, muito diversos de uma recuperação da estatal pelo regresso ao seu campo real de atividades, e que teria tudo a ver com a antipolítica, e continuar na senda do mais do mesmo, e a mostrar que para essa gente ela não passaria, malgrado a retórica altissonante, de uma espúria  fonte  de recursos.  

 

(Fontes subsidiárias: The New York Times, O Globo, Folha de S. Paulo)

Nenhum comentário: