As Forças Armadas venezuelanas iniciaram ontem dois dias de exercícios militares para se prepararem, segundo o presidente Nicolás Maduro, contra planos de agressão de Estados Unidos, Colômbia e Brasil.
Cerca de 2,4 milhões de militares
e membros da Milícia - corpo de defesa civil - foram acionados em
todo o país, disse o Ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, por meio
do canal estatal VTV.
"Estamos
colocando um escudo à pátria contra a agressão permanente em todas as suas
formas", disse Padrino no Forte Tiuna, o principal complexo militar da
Venezuela.
Imagens
dos militares disparando canhões e conduzindo tanques de guerra em zonas
despovoadas foram transmitidas pela TV. O presidente socialista Maduro justificou as
manobras na quinta-feira, ao assegurar que no território brasileiro há
"grupos terroristas (...) preparando ataques e incursões militares contra
a Venezuela".
"Temos
o direito de nos preparar", afirmou Maduro, que acusa os governos do
brasileiro Jair Bolsonaro e do colombiano Iván Duque de estarem por trás do
ataque a um quartel na fronteira com o Brasil em 22 de dezembro, no qual um
soldado venezuelano foi morto.
Tanto o Brasil, quanto a Colômbia
rejeitam as acusações.
O
líder opositor Juan Guaidó, que há um ano se proclamou presidente interino da
Venezuela e foi reconhecido por mais de 50 países, qualificou ontem os
exercícios de "propaganda" e subestimou a capacidade operativa das
Forças Armadas.
"É um exercício de propaganda que a ditadura está fazendo hoje. O
resultado operacional é muito baixo", disse Guaidó em entrevista coletiva.
Maduro também disse ontem que a
"Operação Escudo Bolivariano 2020" tem como objetivo a defesa das cidades frente às
agressões", do presidente dos EUA, Donald Trump.
"Ninguém arrasará a Venezuela", afirmou Padrino, em referência
à ameaça de Trump, feita no dia quatro, quando recebeu Guaidó, de que arrasará
a "tirania" de Maduro.
( Transcrito do Estado de S. Paulo, de hoje, 16 de
fevereiro corrente)
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