domingo, 16 de fevereiro de 2020

Venezuela: Exercícios militares por "ameaça do Brasil "


            
       As Forças Armadas venezuelanas iniciaram ontem dois dias de exercícios militares para se prepararem, segundo o presidente Nicolás Maduro, contra planos de agressão de Estados Unidos, Colômbia e Brasil.
       Cerca de 2,4 milhões de militares e membros da Milícia - corpo de defesa civil - foram acionados  em todo o país, disse o Ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, por meio do canal estatal VTV.
       "Estamos colocando um escudo à pátria contra a agressão permanente em todas as suas formas", disse Padrino no Forte Tiuna, o principal complexo militar da Venezuela.
      Imagens dos militares disparando canhões e conduzindo tanques de guerra em zonas despovoadas foram transmitidas pela TV. O presidente socialista Maduro justificou as manobras na quinta-feira, ao assegurar que no território brasileiro há "grupos terroristas (...) preparando ataques e incursões militares contra a Venezuela".
           "Temos o direito de nos preparar", afirmou Maduro, que acusa os governos do brasileiro Jair Bolsonaro e do colombiano Iván Duque de estarem por trás do ataque a um quartel na fronteira com o Brasil em 22 de dezembro, no qual um soldado venezuelano foi morto.
              Tanto o Brasil, quanto a Colômbia rejeitam as acusações.
               O líder opositor Juan Guaidó, que há um ano se proclamou presidente interino da Venezuela e foi reconhecido por mais de 50 países, qualificou ontem os exercícios de "propaganda" e subestimou a capacidade operativa das Forças Armadas.
                "É um exercício de propaganda que a ditadura está fazendo hoje. O resultado operacional é muito baixo", disse Guaidó em entrevista coletiva.
                 Maduro também disse  ontem que a "Operação Escudo Bolivariano 2020" tem como objetivo  a defesa das cidades frente às agressões", do presidente dos EUA, Donald Trump.
                  "Ninguém arrasará a Venezuela", afirmou Padrino, em referência à ameaça de Trump, feita no dia quatro, quando recebeu Guaidó, de que arrasará a "tirania" de Maduro.

( Transcrito do Estado de S. Paulo, de hoje, 16 de fevereiro corrente)

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