Roger Stone, amigo do presidente Donald Trump, foi condenado a 3 anos e
4 meses de prisão. Ele é conhecido consultor político, lobista e,
principalmente, amigo de longa data de Trump. Ontem, ele foi condenado por
obstruir a investigação do Congresso sobre a interferência da Rússia na campanha eleitoral de 2016, e por dar
falso testemunho. A sentença em apreço,
ditada por tribunal federal, e cabe ainda recurso. Está prevista, igualmente,
multa de US$ 20 mil.
Antes
mesmo de a sentença ser prolatada, Trump falou em indultar o amigo. O presidente disse que não tenciona fazer
nada agora, mas que deseja "perdoar" Stone. "Pessoalmente,
adoraria fazer isso, porque ele foi tratado de maneira muito injusta",
disse. No entanto, antes de pensar em comutar a sentença, segundo Trump, o
"processo deve ser concluído".
Segundo
o indiciamento de Stone, apresentado pelo promotor especial Robert Mueller, que chefiou a investigação sobre a interferência russa na
eleição de 2016, Stone coordenou as ações estrangeiras, obstruíu o trabalho da
Justiça, fez cinco declarações falsas em depoimento ao Congresso e intimidou testemunha,
o radialista Randy Credico, que foi ameaçado
de morte.
O
amigo de Trump foi preso na sua casa na Flórida, em janeiro de 2019, mas foi
libertado, após pagar fiança de US$ 250 mil. Declarou-se inocente, mas foi
considerado culpado em julgamento realizado em novembro.
O caso ganhou mais notoriedade porque o presidente decidiu pressionar a
Justiça americana. Primo, atacou os promotores que supervisionaram o julgamento. Secondo,
tentou intimidar a juíza Amy
Berman Jackson, que presidiu o caso.
Terzo, pressionou o Secretário
de Justiça, William Barr, a reduzir
a pena de Stone - a promotoria pedira de 7 a 9 anos.O resultado foi a renúncia
simultânea dos quatro promotores que trabalharam no processo.
Criticado por mais de 2 mil promotores federais por aceitar a pressão
ilegal de Trump, Barr acabou reclamando do Presidente em entrevista à rede ABC:
"É hora de parar de tuitar sobre os casos criminais do Departamento de
Justiça." Em 2015, Stone deixou
oficialmente a campanha de Trump, mas continuou nos bastidores. Ainda de acordo
com o Promotor Especial Mueller,
Stone manteve contato com os responsáveis pelo vazamento dos e-mails do Comitê Nacional Democrata
(que prejudicaram a campanha de Hillary).
Ele nega contatos com os russos, mas admite manter canal indireto com Julian
Assange, do Wikileaks, onde as
mensagens foram publicadas...
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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