A imprensa noticia que o ex-prefeito de
New York foi duramente criticado pelos adversários democratas em debate nessa
última quarta-feira, em Las Vegas, Nevada, que é o estado designado para
realizar a próxima primária democrata.
O
efeito "manada" terá funcionado e resta verificar dois tópicos
importantes: (a) comportamento de Bloomberg e (b) os eventuais efeitos
da investida conjunta nas impressões do público televisivo.
Ser
feito vítima é um procedimento que pode e em geral cai mal no público, pois
essas falsas unanimidades - máxime aquelas movidas pelo interesse e as circunstâncias
- podem transmitir impressões desairosas para aqueles que instrumentalizam
situações que podem repercutir negativamente, eis que os "estranhos no
ninho" muita vez são atacados menos pelas próprias qualidades do que pela
eventual ameaça que o "forasteiro" possa apresentar.
Como assinala o Economist, o desempenho
de Bloomberg não se assinala nos debates. Como frisa a revista, não é
carismático e deve ser o 12º homem mais rico do mundo. "Por isso,
raramente encontra quem discorde dele." Apesar de suas respostas
defensivas - em um entorno essencialmente hostil - ofereceu réplicas padrão,
quando seu currículo ambiental é muito mais substancial que o de seus
adversários.
Apesar de sua atitude defensiva, ele foi o único candidato que trocou
golpes com Sanders. Bernie Sanders - que
venceu em Iowa e New Hampshire - parece às vezes dificil de ser classificado
como um democrata, dadas as suas posições isoladas e, muita vez, desligadas dos
princípios do partido. Sanders oferece uma visão diferente da presidência, a de
"intimidador-chefe". Como de costume, apresentou visões ousadas, sem
dar indicação de como as implementaria,
"a não ser gritando mais alto" segundo o Economist.
O Economist sublinha que a campanha é demasiado longa, e isto custa
caro. Falando em dinheiro, a vantagem parece ser nesse sentido de Bloomberg,
que paga as próprias despesas. Se a disputa tende a ser comprida, o aut-aut reverteria em um resultado tanto
inesperado, quanto hoje improvável, vale dizer
entre um socialista (o eterno candidato Bernie
Sanders) e um plutocrata, encarnado
pelo ex-prefeito de New York, Mike Bloomberg. Entrementes, o
ex-favorito, Joe Biden foi uma vez mais, quase-espectador. Talvez seja demasiado
moderado para o figurino. De qualquer forma, põe as suas últimas esperanças na
Super Terça.
( Fontes: The
Economist, Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo )
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