sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Bloomberg, perdedor no debate ?


                                    
           A imprensa noticia que o ex-prefeito de New York foi duramente criticado pelos adversários democratas em debate nessa última quarta-feira, em Las Vegas, Nevada, que é o estado designado para realizar a próxima primária democrata.
            O efeito "manada" terá funcionado e resta verificar dois tópicos importantes: (a) comportamento de Bloomberg e (b) os eventuais efeitos da investida conjunta nas impressões do público televisivo.
             Ser feito vítima é um procedimento que pode e em geral cai mal no público, pois essas falsas unanimidades - máxime aquelas movidas pelo interesse e as circunstâncias - podem transmitir impressões desairosas para aqueles que instrumentalizam situações que podem repercutir negativamente, eis que os "estranhos no ninho" muita vez são atacados menos pelas próprias qualidades do que pela eventual ameaça que o "forasteiro" possa apresentar.

              Como assinala o Economist, o desempenho de Bloomberg não se assinala nos debates. Como frisa a revista, não é carismático e deve ser o 12º homem mais rico do mundo. "Por isso, raramente encontra quem discorde dele." Apesar de suas respostas defensivas - em um entorno essencialmente hostil - ofereceu réplicas padrão, quando seu currículo ambiental é muito mais substancial que o de seus adversários.

              Apesar de sua atitude defensiva, ele foi o único candidato que trocou golpes com Sanders.  Bernie Sanders - que venceu em Iowa e New Hampshire - parece às vezes dificil de ser classificado como um democrata, dadas as suas posições isoladas e, muita vez, desligadas dos princípios do partido. Sanders oferece uma visão diferente da presidência, a de "intimidador-chefe". Como de costume, apresentou visões ousadas, sem dar indicação de como  as implementaria, "a não ser gritando mais alto" segundo o Economist.

                O Economist sublinha que a campanha é demasiado longa, e isto custa caro. Falando em dinheiro, a vantagem parece ser nesse sentido de Bloomberg, que paga as próprias despesas. Se a disputa tende a ser comprida, o aut-aut reverteria em um resultado tanto inesperado, quanto hoje improvável, vale dizer  entre  um socialista (o eterno candidato Bernie Sanders) e um plutocrata, encarnado pelo ex-prefeito de New York,  Mike Bloomberg. Entrementes, o ex-favorito, Joe Biden foi uma vez mais,  quase-espectador.  Talvez seja demasiado moderado para o figurino. De qualquer forma, põe as suas últimas esperanças na Super Terça.

( Fontes: The Economist, Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo )

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