domingo, 16 de fevereiro de 2020

Democratas: Bloomberg tem chance ?


                        
       Nunca a disputa pela nomination democrática aparece com a incerteza que a caracteriza nesse corrente ano de 2020.  Por isso, a candidatura de Mike Bloomberg, ex-prefeito de New York e o 12º homem mais rico do mundo tende a crescer, como assinala o Economist. Apesar do seu ingresso tardio na campanha, Bloomberg está em terceiro lugar na pesquisa nacional da revista Economist, com 16% das intenções de voto.
           Outro fator relevante que tende a dar mais seriedade à própria candidatura, é a falta de uma liderança estável nas preferências, dentre os candidatos à nomination. Desde Iowa,  Joe Biden que entrara como favorito vem perdendo substância na sua candidatura, e a sua posição em New Hampshire prossegue na contínua desetabilização de quem tinha como escopo suceder ao seu antigo companheiro de chapa, Barack Obama, na Casa Branca.
             Há ainda diversos candidatos, como Bernie Sanders - que venceu em New Hampshire - Pete Buttigieg e Amy Klobuchar, que concorrem mas ainda não têm a corrida assegurada. Com efeito, a incerteza seria o traço marcante dessa disputa,  em que - depois de o favoritismo de Biden de repente desaparecer nas confusões de Iowa -  não há nenhum candidato que possa ter como assegurada a nomination. O próprio vencedor de New Hampshire - e não é a primeira prévia que ele arrebata - o velho congressista Sanders não se apresenta por ora com a auréola  que em geral cerca o vencedor. Mais um independente, do que um democrata, e já idoso,  por ora Sanders não semelha construir a imagem de um provável arrebatador da nomination.

                É esta incerteza que preside às primárias democratas que contribui para fortalecer a postulação do ex-republicano  Mike Bloomberg.  Além de dispor de recursos à vontade para investir na campanha - e o fator financeiro não pode ser ignorado sobretudo em primárias como essas, em que o favorito inicial tropeçou em Iowa, e não se tem recuperado nos embates seguintes, e com a sua aparente tendência ao declínio na pré-candidatura,  Bloomberg tem colhido endossos importantes, inclusive de três membros do Black Caucus como assinala o Economist. Por outro lado, a par de seus enormes gastos na campanha, com equipe talentosa,  Bloomberg se vai cercando da pátina dos vitoriosos, ao mostrar poder calçar os sapatos de um líder  capaz de unir a coalizão do partido Democrata, logrando vencer o aparente desafio apresentado por sua atual divisão.  O difícil para os democratas é ver em Bloomberg um sucessor em condições de superar os obstáculos que a seu tempo, Barack Obama lograra superar.

( Fontes:  The Economist e Estado de S. Paulo )

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