Nunca a disputa pela nomination democrática aparece com a
incerteza que a caracteriza nesse corrente ano de 2020. Por isso, a candidatura de Mike Bloomberg,
ex-prefeito de New York e o 12º homem mais rico do mundo tende a crescer, como
assinala o Economist. Apesar do seu
ingresso tardio na campanha, Bloomberg está em terceiro lugar na pesquisa
nacional da revista Economist, com 16% das intenções de voto.
Outro
fator relevante que tende a dar mais seriedade à própria candidatura, é a falta
de uma liderança estável nas preferências, dentre os candidatos à nomination. Desde Iowa, Joe
Biden que entrara como favorito vem perdendo substância na sua
candidatura, e a sua posição em New Hampshire prossegue na contínua
desetabilização de quem tinha como escopo suceder ao seu antigo companheiro de
chapa, Barack Obama, na Casa Branca.
Há
ainda diversos candidatos, como Bernie
Sanders - que venceu em New Hampshire - Pete
Buttigieg e Amy Klobuchar, que
concorrem mas ainda não têm a corrida assegurada. Com efeito, a incerteza seria
o traço marcante dessa disputa, em que -
depois de o favoritismo de Biden de repente desaparecer nas confusões de
Iowa - não há nenhum candidato que possa
ter como assegurada a nomination. O
próprio vencedor de New Hampshire - e não é a primeira prévia que ele arrebata
- o velho congressista Sanders não se apresenta por ora com a
auréola que em geral cerca o vencedor. Mais um independente, do que um
democrata, e já idoso, por ora Sanders
não semelha construir a imagem de um provável arrebatador da nomination.
É esta incerteza que preside às primárias democratas que contribui para
fortalecer a postulação do ex-republicano
Mike Bloomberg. Além de dispor de recursos à vontade para
investir na campanha - e o fator financeiro não pode ser ignorado sobretudo em
primárias como essas, em que o favorito inicial tropeçou em Iowa, e não se tem
recuperado nos embates seguintes, e com a sua aparente tendência ao declínio na
pré-candidatura, Bloomberg tem colhido
endossos importantes, inclusive de três membros do Black Caucus como assinala o Economist.
Por outro lado, a par de seus enormes gastos na campanha, com equipe
talentosa, Bloomberg se vai cercando da
pátina dos vitoriosos, ao mostrar poder calçar os sapatos de um líder capaz de unir a coalizão do partido Democrata, logrando vencer
o aparente desafio apresentado por sua atual divisão. O difícil para os democratas é ver em Bloomberg
um sucessor em condições de superar os obstáculos que a seu tempo, Barack
Obama lograra superar.
( Fontes: The Economist e Estado de S. Paulo )
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