O Santo Padre recebeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
no dia de ontem, quinta-feira, treze de agosto de 2020, na Casa Santa Marta, um local da Santa
Sé em que Papa Francisco costuma ter
reuniões mais informais, em que o protocolo é menos rígido, ao contrário das
audiências realizadas nos palácios vaticanos, em que a formalidade está
necessariamente mais presente.
Lula
disse que conversou com Papa Francisco
"sobre um mundo mais justo e fraterno", referindo-se inclusive à
questão ambiental. Segundo a assessoria
do ex-presidente a reunião durou cerca de uma hora. O Instituto Lula, em sua
conta no Twitter publicou fotos da visita e citou, a respeito, a intenção de
"discutir e pensar soluções para as injustiças e desigualdades do
mundo".
Lula
chegou ao Vaticano em torno das 15:30, hora local, em automóvel com película
escura nas vidraças. A respeito, a Santa
Sé informou que não divulgaria comunicado oficial devido ao caráter privado do
encontro.
Em
entrevista coletiva, Lula afirmou que o
Papa "quer fazer coisas que sejam irreversíveis, que fiquem para sempre no
seio da sociedade".
"Acho que, se todo ser
humano,ao atingir os 84 anos, tiver a força, a disposição e a garra que ele tem
e levantar temas importantes para o debate, eu acho que a gente pode encontrar soluções [para os problemas do
mundo] de forma mais fácil", disse o ex-presidente.
Por causa da audiência marcada
pelo Vaticano, Lula pediu à Justiça
Federal do DF que adiasse um depoimento que ele daria no âmbito da Operação Zelotes, inicialmente
marcado para terça (11).
O juiz Ricardo Augusto Soares
Leite autorizou, e a audiência foi remarcada para a semana que vem, no dia
19. Lula volta ao Brasil no sábado
(15).
O encontro de Lula com o Papa foi intermediado pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández, que se encontrou com
Francisco no fim de janeiro.
Questionado sobre questões ambientais, Lula afirmou que não foi ao encontro para discutir especificamente
a Amazônia.
Ele disse que leu a Exortação (documento em que o
Papa orienta a Igreja) elaborada por Francisco
e publicada na quarta-feira no site
do Vaticano. Afirmou que concorda
com o teor do texto.
O documento foi elaborado após o Sínodo da Amazônia, realizado em
outubro passado. Na quarta-feira, Francisco descartou uma das propostas
mais polêmicas do encontro: a
ordenação de homens casados como padres na Amazônia.
Na Exortação, o papa critica
governos que têm como bandeiras "não entregar a Amazônia", caso do
brasileiro.
"Para aumentar esta confusão, contribuíram alguns slogans, nomeadamente
o de 'não entregar', como se a citada sujeição fosse provocada apenas por países estrangeiros,
quando os próprios poderes locais, com a desculpa do progresso, fizeram parte
de alianças com o objetivo de devastar, de maneira impune e indiscriminada, a
floresta com as forma de vida que abriga", escreveu Francisco.
Segundo interlocutores do PT, Lula proporia conversas relacionadas à
redução da fome e da desigualdade.
( Fonte: Folha de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário