Não é à toa a expressão de que o respeitado
Ministro da Economia encontra o seu maior inimigo no seu próprio alter ego. As suas qualidades, e o
próprio indiscutível valor profissional podem ser prejudicados se Sua
Excelência continuar a persistir nesse estranhíssimo vezo de criar dificuldades
a si próprio e às suas proposições econômico-financeiras, cuja qualidade
técnico-profissional merece respeito e raramente dá motivo a objeções tanto
técnicas, quanto políticas, se omitirmos as respectivas divagações e eventuais
imagens demasiado coloridas. Aí está outra
regra de ouro desse mister,que, como todos aqueles que muito têm a ver com
segmentos tão dispares quanto sensíveis, é a do silêncio, ou a da sua parente
muito próxima, que é a discrição, em que por vezes uma pessoa cuidadosa veste
os próprios conceitos com a necessária
reserva. Esta qualidade, estreitamente associada à prudência, pode ser um traço
importante, em outro ramo de atividade, em que a falta de contenção pode ter
consequências desastrosas, e tanto a política,a diplomacia quanto a economia
podem sofrer com eventuais indiscrições, ou até mesmo floreios e liberdades nas
respectivas declarações.
Neste caso, aquela velha expressão do silêncio é de ouro, se Sua Excelência respeitar que esta é uma das vestes da discrição, que constitui uma virtude essencial das altas autoridades do Estado, e, em particular, num terreno tão sensível e tão propenso às nervosas reações do mercado, se a mais alta autoridade no campo das Finanças não lograr ser discreto, vale dizer ter sempre presente aquela velha máxima que encabeça esse parágrafo - o silêncio é de ouro. Nada melhor para aguçar os sentidos de um mestre nas finanças e em todos os seus meandros. Nesta atividade do Estado manda a prudência, muito amiga da reserva e da cautela.
( Fonte: Folha de S. Paulo )
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