Motivos diversos levaram o
Partido Novo e a Rede Sustentabilidade à mesma alternativa de
financiamento. Sem acesso a recursos
públicos para manter o respectivo funcionamento, as duas siglas tiveram de
recorrer à ajuda dos filiados. Mas as condições financeiras das legendas
tomaram caminhos distintos, que
refletem,de certo modo,os seus resultados nas últimas eleições.
Enquanto o Partido Novo marcou um inegável sucesso nas eleições,
sobretudo em Minas Gerais, já a Rede, em parte pelo malogro na participação na
eleição presidencial de Marina Silva (em contraste com resultados anteriores),
e por isso, os filiados do Novo de João Amoêdo rendem R$ 1 milhão à sigla, o
partido de Marina se mantém com R$ 20 mil mensais.
Nesse contexto, ao contrário do
Novo, que não usa recursos públicos por questões de princípios estatutários, a
Rede não teve escolha. Sem o desempenho mínimo exigido pela cláusula de
barreira, aprovada na reforma eleitoral de 2017 - com o escopo de asfixiar
financeiramente siglas sem maior representatividade na Câmara dos Deputados, a
Rede Sustentabilidade perdeu acesso ao fundo partidário e à propaganda gratuita
na Tevê e no rádio.
Dentro dessa orientação - explicitada adiante - partidos ditos nanicos
como PCO, PMB, PSTU e PRTB também foram privados do uso de tais fundos.
Assinale-se que a nova legislação atinge partidos que não alcancem 1,5% dos votos válidos nacionalmente. Esse
percentual carece de ser atingido em pelo menos nove estados da Federação, e
vai aumentando a cada eleição, até chegar ao patamar mínimo de 3% em 2030. A
Rede elegeu apenas uma deputada federal, Joenia Wapichana (RR), enquanto o Novo
formou uma bancada de oito parlamentares na Câmara dos Deputados.
Em 2019, primeiro ano de vigência
da cláusula, a Rede teve de ser custeada com doações de alguns dos seus vinte
mil filiados e contribuições voluntárias - no mínimo de R$ 20,00. Por causa desse aperto, o montante
reduzido serve para pagar o aluguel do
diretório nacional e remunerar alguns dirigentes nacionais e funcionários, o que levou o
partido de Marina Silva a cortar algumas prerrogativas, principalmente viagens.
( Fontes: O Globo e o próprio signatário)
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