sábado, 22 de fevereiro de 2020

Velhos Carnavais


                                      
         Seriam mais autênticos os ingênuos carnavais de antigamente?  Ou tudo não passaria de imagens que lhe ficaram na mente, lixiviadas pelo tempo?

           Naqueles anos que ora só vivem em memórias talvez desbotadas, o carnaval repontava como época de brincadeiras singelas, em ambientes que lhe pareciam serenos, sem as agressivas deformações hodiernas.
             Havia as marchinhas feitas para o ano, e que, sabe-se lá como, explodiam com fogos de artifício, coloridos e inofensivos, nas esquinas da Cinelândia.
             Chegáramos de mala e cuia faz pouco do Rio Grande, e adentrávamos anos que a criança intuía, nos seus pressagos temores, como difíceis.

             Mas a alegria sob medida de o que chamavam o tríduo momesco imperava, a ingenuidade sobrevivia, com o fundo musical que invadia aquelas áreas ainda abertas à média burguesia, em centro citadino no qual monumentos eram respeitados e preservados, pelos Poderes da República, e a gente circulava por aquelas bandas em cenário de marchinhas como Chiquita bacana, lá da Martinica, nos amistosos, quem sabe míticos, calores de tempos que não voltam mais.




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