Seriam mais autênticos os
ingênuos carnavais de antigamente? Ou
tudo não passaria de imagens que lhe ficaram na mente, lixiviadas pelo tempo?
Naqueles anos que ora só vivem em memórias talvez desbotadas, o carnaval
repontava como época de brincadeiras singelas, em ambientes que lhe pareciam
serenos, sem as agressivas deformações hodiernas.
Havia as marchinhas feitas para o ano, e que, sabe-se lá como, explodiam
com fogos de artifício, coloridos e inofensivos, nas esquinas da Cinelândia.
Chegáramos de mala e cuia faz pouco do Rio Grande, e adentrávamos anos
que a criança intuía, nos seus pressagos temores, como difíceis.
Mas
a alegria sob medida de o que chamavam o tríduo momesco imperava, a ingenuidade
sobrevivia, com o fundo musical que invadia aquelas áreas ainda abertas à média
burguesia, em centro citadino no qual monumentos eram respeitados e preservados,
pelos Poderes da República, e a gente circulava por aquelas bandas em cenário
de marchinhas como Chiquita bacana, lá da
Martinica, nos amistosos, quem sabe míticos, calores de tempos que não
voltam mais.
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