segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Semelhanças Perigosas

                              
        Creio muito oportuna a nota-editorial do Estado de S.Paulo, datada de dezesseis do corrente, sob o título O dedo do PT.
         É de toda importância que os responsáveis por badernas travestidas de manifestações sejam individuados e sinalizados.
         Com efeito, os atos de vandalismo, travestidos de manifestações, promovidos em várias capitais, mas com destaque em Brasília e São Paulo, que se apresentavam contra a aprovação da emenda constitucional que estabelece limites aos gastos da União nos vindouros vinte anos, a chamada PEC do Teto, o que significam na verdade e quem está por trás desses atos de vandalismo?
          Na verdade, esses atos e distúrbios teleguiados dão  idéia da irresponsabilidade daqueles  que levaram  o País a uma das piores crises de sua história e ainda querem, agora, criar todas as dificuldades para a adoção das medidas que se impõem para consertar o estrago monumental que eles fizeram. Tudo isso vem misturado ao ódio e  ressentimento cultivados pelo PT e seus apêndices, os chamados movimentos sociais, nos anos em que estiveram no poder.
          Diga-se de paso dois elementos importantes: excluído o Estadão, outros jornais podem noticiar dos estragos feitos e do eventual inevitável transtorno à cidadania das metrópoles atingidas, mas nenhum deles - se me engano, gostaria que m'o assinalassem - fornece elementos como o faz o jornal paulista, que não trepida em sinalizar os eventuais responsáveis. A eles chegaremos.
           Creio relevante, no entanto, sublinhar a característica básica dessas hordas de elementos que nada têm a ver com o diálogo político democrático e, mesmo, com demonstrações que respeitam o direito da outra opinião.
           Esses ditos movimentos sociais do PT não diferem seja das SA, a Sturmabteilung (camisas pardas), esta chefiada pelo nazista Ernst Rohm, e da Schutzstaffeln, a SS (uniforme negro) que sobreviveria à sublevação da SA,  e que se tornaria ainda mais perniciosa, através de seu posterior envolvimento com os campos de extermínio dos judeus e dos opositores do nazismo. Adolf Hitler ao instituí-las, com em outros aspectos, imitou o fascismo de Benito Mussolini, com seus bandos de alas de intimidação e de 'proteção'. Tampouco os comunistas fugiam da regra, eis que  tinham legiões de arruaceiros, cujo escopo precípuo era a intimidação dos adversários e a eventual proteção dos líderes do PC.
                Mas voltemos aos ditos "movimentos sociais do PT".  Para tanto, o Estadão é a fonte: "De norte a sul, do Acre ao Rio Grande do Sul", em 14 capitais, aquilo a que se assistiu na 3ª feira passada, tão logo o Senado concluíu a aprovação da matéria, não foi manifestação legítima de protesto.  Foi um festival de violência de quem, por seu espírito autoritário, se julga dono da verdade e vê no outro um inimigo a abater, não um adversário com que deve conviver. Mesmo que para isso - frustrado por perder o poder, seus privilégios e suas "boquinhas" - tenha de apelar para o quanto pior, melhor.
                  Brasília. Cinco mil baderneiros - segundo a PM - atacaram pontos de ônibus e destruíram vários carros. Só dentro de uma concessionária invadida e depredada, foram dezesseis deles. A polícia, que teve de usar bombas de efeito moral para a muito custo, dispersar os baderneiros, foi por eles atacada com pedras e bolas de gude. Mais de setenta deles foram detidos e cinco policiais ficaram feridos.
                   Cenas semelhantes se repetiram em outras cidades, como no Recife, onde pneus foram incendiados  e uma importante via bloqueada. O escopo de queimar pneus se insere na intenção de criar a maior confusão e transtorno possível, com vistas a afetar de modo sensível a circulação de veículos.
                   Em São Paulo, onde esses indivíduos são especialmente bem organizados e treinados, os baderneiros se reuniram na Avenida Paulista, onde o alvo principal da sua missão foia Federação das Indústrias  (FIESP) - sua sede foi invadida e depredada.  Lá dentro foram soltados rojões. Tal vandalismo nada ficou a dever aos seus modelos fascista e nazista. As deploráveis cenas de violência vandálica foram transmitidas pela TV, e não deixam qualquer dúvida que só por sorte essa boçalidade coletiva não se transformou em tragédia.
                       Em nota, afirma a FIESP que "os vândalos portavam bandeiras do PT e da CUT" e que a ação colocou em risco seus funcionários e os do SESI e do SENAI que saíam do local, além de frequentadores do Centro Cultural Fiesp, que oferece exposições e espetáculos teatrais gratúitos.
                     A reação do coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), o notório Guilherme Boulos, mostra absoluta insensibilidade  e indiferença aos riscos aos quais sua tropa de choque expôs a população: "A Fiesp representa o que não presta no Brasil. O dano da fachada da Fiesp é muito pouco  perto do dano que ela está causando há muito tempo ao povo do Brasil". Ou seja, pode destruir tudo - ali e nos outros locais atacados Brasil afora - mesmo que isso coloque muitas vidas em risco.
                              Já sabendo que a população tem razões de sobra de ver seu dedo - para dizer o mínimo - na baderna, o PT soltou a seguinte nota, que  é um primor de desfaçatez e cinismo, em que afirma: "não teve qualquer participação nos eventos atribuídos a militantes de nosso partido  na sede da Fiesp em São Paulo. Mais uma vez os que sempre atacam o PT querem de novo que paguemos o pato".
                                O editorial do Estadão manifesta admiração pelo fato de que o PT - que colocou o Brasil no buraco e agora aponta o dedo acusador para os que querem tirá-lo daí - inverta por uma vez mais a situação.
                                  No entender do Estado de S. Paulo "quem tem que 'pagar o pato' pela violência dos manifestantes  é ele, sim. Foi o PT que dividiu o país entre "nós" e "eles" e insuflou a violência por meio do "exército do Stédile" (MST) e depois também pelo de Boulos (MTST), e de tantos outros movimentos ditos sociais (foram trinta os que participaram do vandalismo de terça-feira).
                                   Segundo afirma o parágrafo final do comentário editorial do Estadão "o País está colhendo, e não é de hoje, a tempestade provocada pelos ventos que o PT soprou e continua a soprar, apesar de o que diz sua nota malandra. Por trás da baderna e de Boulos, está, com efeito, o Partido dos Trabalhadores.



( Fonte: O Estado de S. Paulo )   

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