Saído de uma, Renan que está em guerra
contra Judiciário e Ministério Público, sofreu ontem a segunda derrota na
tentativa de impor a própria pauta de votação. Ele foi punido pelo açodamento
no avanço contra os velhos moinhos da magistratura.
Renan, movido por ódio contra ações do
M.P. e do Judiciário, terá tido a vista toldada, e por isso se viu forçado a
recuar, quando pressionado pelos líderes dos principais partidos, e retirar da
pauta de votações o projeto de lei que
pune o alegado abuso de autoridade.
Terá esquecido que a vingança é um
prato que se come frio, e por isso ei-lo, com o front desguarnecido, e as
eventuais tropas de apoio escassas e obrigadas ao recuo.
Pilhado sem maioria para constranger
a votação ontem mesmo de sua proposta, bateu em retirada, forçado a concordar
com acordo negociado pelo presidente do DEM, José Agripino (RN). Sem apoio,
Renan nem chegou a colocar em votação requerimento pedindo que o projeto fosse
retirado da pauta. Simplesmente, acolheu a proposta negociada.
Como que despojado da própria argúcia, Renan, entrevendo no tal projeto do
abuso de autoridade possível arma na sua luta contra as peripécias jurídicas, debalde
foi avisado de que seria derrotado por segunda vez em duas semanas. Tampouco teve o
necessário equilibrio ao tentar fazer
votar o projeto com as dez medidas contra a corrupção, com o texto por inteiro
adulterado pela Câmara, e sofreu nova
derrota.
Sem a necessária frieza, ele se
viu de novo isolado, e teve de concordar com os líderes. Na sua campanha contra
o alegado abuso de autoridade, chegou a mandar desengavetar projeto de 1999, do
tempo de Fernando Henrique Cardoso, que tratava - vejam só! - da criminalização
do vazamento de informações por parte de magistrados e integrantes do
Ministério Público - que já em 1997 era conhecido como "Lei da
Mordaça".
Como os demais projetos que
tratam da punição do abuso de autoridade, também esse foi parar na gaveta. A
ação proposta para extirpar tais males terá sido vista como trazendo outros, quem
sabe mais graves.
( Fontes: O Globo, Miguel de
Cervantes )
Nenhum comentário:
Postar um comentário