Nos estados de
Michigan, Wisconsin e Pennsylvania, a
pedido da candidata do Partido Verde, Jill Stein, ou está já em processo, ou
deve logo começar a recontagem.
A reação do candidato até agora
considerado vencedor no Colégio Eleitoral - perdeu, no entanto, por milhões de sufrágios
no voto popular - vem provocando reações de surpresa nos democratas. Como
alguém que declara não ter dúvidas sobre a legitimidade da respectiva vantagem
no cômputo eleitoral, demonstre tanta inquietude e mesmo preocupação quanto à
realização da recontagem, desvela uma contradição
de uma evidência bastante óbvia. . Em verdade, os delegados republicanos,
pelos seus frenéticos esforços de sustar a recontagem, só contribuem para
aumentar a suspicácia de que tanta
ansiedade deva ter alguma sólida razão para explicá-la de forma mais
convincente de que as genéricas razões atinentes a supostos gastos com
desnecessários propósitos.
Na verdade, a recontagem foi lançada
pela candidata Ms. Jill Stein, que empreendeu notável esforço para levantar milhões de dólares. As suspeitas da candidata
presidencial se devem notadamente à circunstância de que os três estados em
tela - Wisconsin, Michigan e Pennsylvania - sempre votaram em eleições recentes
por candidatos do Partido Democrata. Além disso, o candidato presidencial
republicano venceu nesses estados por estreitíssimas margens, o que terá
contribuído para aumentar as dúvidas e mesmo suspicácias quanto a possíveis interferências abusivas.
Por outro lado, a ansiosa reação do
campo republicano levanta ainda mais suspeitas de eventual jogo sujo, além de não refletir uma postura de confiança no
resultado dessa recontagem, o que seria a postura a esperar de um partido que
nada tenha feito de que possa envergonhar-se. Com efeito, o que o GOP está
querendo é pôr uma pedra em cima dos trabalhos da recontagem das cédulas de
votação, o que é oposto da atitude de quem nada fez de errado e, por
conseguinte, nada tem a temer...
Ora, se os republicanos não têm
dúvidas sobre o triunfo de Trump nesses três estados, é estranhável a tática
empregada de procurar sustar a contagem dos votos. É este o objetivo do Procurador-Geral
do estado de Michigan, o republicano Bill Schuette, ao ponto de chegar à
ridícula ameaça aos eleitores de que venham a provocar um gasto de milhões de dólares
na recontagem, e ainda por cima percam a sua voz no Colégio Eleitoral.
É difícil encontrar um argumento
mais torpe do que este. Se a recontagem
dos votos em Michigan restabelecer a verdade eleitoral, com a vitória de
Hillary Clinton, aí sim que o estado teria voz determinante no Colégio
Eleitoral, vale dizer, afastada a burla da vontade popular, se restabeleceria a
verdade eleitoral. Não seria decerto pouco.
( Fonte: The New York
Times )
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