Na população egípcia está a mais
importante minoria cristã no Oriente Médio. São cerca de dez por cento do
total, o que representaria cerca de nove milhões (o Egito tem em torno de
noventa milhões de pessoas).
Nessa ampla região
oriental, os cristãos formam seitas em declínio, como no Iraque, por
exemplo. Não sendo a tolerância tendência marcada nessa vasta população
médio-oriental, os cristãos fazem muita vez o papel de bode expiatório, eis que
lhe são atribuídas culpas com situações e contingências com as quais nada têm a
ver, excetuada a respectiva debilidade demográfica... Em todo o Oriente Médio,
os cristãos formam apenas 5% da população.
Por vezes, dados os homicídios pontuais, a seita cristã, tão importante
nos tempos bíblicos, hoje é apenas uma sombra de grandes nomes.
Os coptas, no Egito, em geral, não
ocupam postos no Governo, e, politicamente segregados, são, na prática, considerados como cidadãos de segunda categoria.
Dentro de uma tendência covarde das
maiorias, costumam 'pagar' amiúde por crimes que não são seus.
Esse último atentado visou templo que
era muito estimado pelos crentes coptas, o que decerto levou o Estado Islâmico
a planejar e depois a comemorar as mortes (25 pessoas, na maioria mulheres e, pelo menos, seis crianças). O abandono dado pela maioria em termos de proteção a
essas igrejas, e a falta de qualquer iniciativa para punir os culpados, se
revolta os fiéis coptas - e tende a ser suportada no silêncio dos carneiros
diante das alcateias - estimula mais atentados pela certeza da impunidade.
As amargas vaias destinadas aos
poucos representantes do poder oficial que fazem ato de presença após os
rituais atos de perseguição constituem apenas um breve desafogo dos
padecimentos sofridos pela minoria copta... Já em outras áreas em que a
desproporção é maior, e mais forte, por conseguinte, a violência sofrida, as
condolências sequer se vêem.
( Fonte: Folha de S. Paulo )
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