sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Despedida de Harry Reid

                              
       É com pesar que se depara a próxima partida do Senado de Harry Reid. Um grande nome do Partido Democrata, que exerceu com brilho a liderança da maioria, fez o seu discurso de despedida a oito de dezembro.
       A sua primeira advertência se dirigiu quanto às pretensões de revogar a Lei do Tratamento médicos custeável (Affordable Care Act), anunciadas pelos lideres do GOP.
        Para acentuar a falta de mandato popular para essa medida radical, Reid sublinhou  que Trump perdera para Hillary no voto popular por quase três milhões de votos. Nesse contexto, é dificil entender a intenção de revogar o A.C.A. logo no início do próximo Congresso, sem nenhuma legislação para sucedê-lo.  Além de constituir dramática incompreensão quanto ao próprio mandato, esse ato levará os republicanos para um atoleiro, que vai prejudicar a milhões de americanos, e infernizar a maioria republicana pelos próximos quatro anos.
          A revogação do Obamacare vai tirar o seguro de saúde de milhões de americanos - em torno de trinta milhões, por uma estimativa recente. Vai levantar os preços e jogar no descontrole os mercados do seguro de saúde. O apoio público pela revogação é baixo, e o apoio pela revogação sem um substituto está no porão.
            Se vocês continuarem a descer por tal caminho, vocês estarão permitindo que a sua oposição reflexa ao legado do Presidente Obama venha a turbar-lhes o juízo. Estava eu no Senado quando o Presidente George W. Bush não entendeu o seu mandato, e tentou privatizar a Segurança Social. Sua Administração nunca se recuperou disso.
             Para os Democratas, eu afirmo que nunca foi mais importante defender as coisas em que acreditamos.  Estamos entrando em uma nova Idade Dourada. No ano próximo, um presidente bilionário que acaba de negociar a solução de processo por fraude no montante de vinte e cinco milhões de dólares acerca de suas façanhas nos negócios,  estará se empenhando por cortes nos impostos para o 1 por cento dos mais ricos, supostamente em nome do populismo.  
                  No restante do discurso de despedida, Reid se ocupou das mudanças introduzidas nas regras de procedimento. Os democratas mudaram as regras do Senado para fazer com que os indicados pelo Presidente dependam apenas de  votação de maioria simples. Tampouco concordaram em que as designações presidenciais de barreiras procedimentais e do requisito de uma super-maioria (apenas as designações para a Suprema Corte dependem de tal requisito).
                  De George Washington até George W. Bush somente 68 indicações presidenciais sofreram o filibuster (i.e., a prorrogação da sessão pela oposição reter a palavra, de modo a impedir que a maioria possa agir e favorecer o próprio candidato). Já no Governo Obama, os republicanos levaram o filibuster a novos níveis, submetendo 79 das indicações de Obama a esse tipo de tática dilatória.
                    Com o GOP dispondo de uma escassa maioria, os Democratas tem real chance de vencer em cada debate.
                     Quando o pêndulo voltar (e devolver a maioria aos Democratas), como sempre acontece, os Democratas deverão confiar nos próprios propósitos, de modo a que possam realizar grandes conquistas.


(Fontes: The New York Times e resumo do discurso do Senador Harry Reid, líder da minoria democrata)

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