É com pesar que se depara a próxima
partida do Senado de Harry Reid. Um grande nome do Partido Democrata, que
exerceu com brilho a liderança da maioria, fez o seu discurso de despedida a
oito de dezembro.
A sua primeira advertência se dirigiu
quanto às pretensões de revogar a Lei do Tratamento médicos custeável (Affordable Care Act), anunciadas pelos
lideres do GOP.
Para acentuar a falta de mandato
popular para essa medida radical, Reid sublinhou que Trump perdera para Hillary no voto
popular por quase três milhões de votos. Nesse contexto, é dificil entender a
intenção de revogar o A.C.A. logo no início do próximo Congresso, sem nenhuma
legislação para sucedê-lo. Além de constituir
dramática incompreensão quanto ao próprio mandato, esse ato levará os
republicanos para um atoleiro, que vai prejudicar a milhões de americanos, e
infernizar a maioria republicana pelos próximos quatro anos.
A revogação do Obamacare vai tirar o seguro de saúde de milhões de americanos - em
torno de trinta milhões, por uma estimativa recente. Vai levantar os preços e
jogar no descontrole os mercados do seguro de saúde. O apoio público pela
revogação é baixo, e o apoio pela revogação sem um substituto está no porão.
Se vocês continuarem a descer por
tal caminho, vocês estarão permitindo que a sua oposição reflexa ao legado do
Presidente Obama venha a turbar-lhes o juízo. Estava eu no Senado quando o
Presidente George W. Bush não entendeu o seu mandato, e tentou privatizar a
Segurança Social. Sua Administração nunca se recuperou disso.
Para os Democratas, eu afirmo que
nunca foi mais importante defender as coisas em que acreditamos. Estamos entrando em uma nova Idade Dourada.
No ano próximo, um presidente bilionário que acaba de negociar a solução de processo
por fraude no montante de vinte e cinco milhões de dólares acerca de suas
façanhas nos negócios, estará se
empenhando por cortes nos impostos para o 1 por cento dos mais ricos,
supostamente em nome do populismo.
No restante do discurso de
despedida, Reid se ocupou das mudanças introduzidas nas regras de procedimento.
Os democratas mudaram as regras do Senado para fazer com que os indicados pelo
Presidente dependam apenas de votação de
maioria simples. Tampouco concordaram em que as designações presidenciais de
barreiras procedimentais e do requisito de uma super-maioria (apenas as
designações para a Suprema Corte dependem de tal requisito).
De George Washington até
George W. Bush somente 68 indicações presidenciais sofreram o filibuster (i.e., a prorrogação da
sessão pela oposição reter a palavra, de modo a impedir que a maioria possa
agir e favorecer o próprio candidato). Já no Governo Obama, os republicanos
levaram o filibuster a novos níveis,
submetendo 79 das indicações de Obama a esse tipo de tática dilatória.
Com o GOP dispondo de uma
escassa maioria, os Democratas tem real chance de vencer em cada debate.
Quando o pêndulo voltar (e
devolver a maioria aos Democratas), como sempre acontece, os Democratas deverão
confiar nos próprios propósitos, de modo a que possam realizar grandes
conquistas.
(Fontes: The New York Times e resumo do discurso do Senador Harry Reid,
líder da minoria democrata)
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