A administração
Obama acaba de anunciar, conforme noticia The
New York Times, a mais forte resposta americana a um estado estrangeiro,
por causa de interferência através de hacking.
A força e a amplitude da reação do
Presidente Barack Obama contra o Estado russo dirigido por Vladimir V. Putin, e
as atividades de hackers russos
contra os Estados Unidos e o seu processo eleitoral não têm comparação com
episódios anteriores, como, v.g. no
caso recente da Coréia do Norte, em que a retaliação americana foi assaz mais
contida.
Na verdade, tanto as sanções
aplicadas, quanto a expulsão de 35 operadores, assim como a publicação de um
relatório (livro branco) têm como escopo precípuo pôr pressão sobre o
Presidente-eleito Donald Trump, que a respeito chegara a lançar dúvidas sobre o
papel da Rússia nesse episódio, além de declarar que se deveria ir em frente, e
esquecer a ocorrência (que no seu entender foi marginal).
O Governo Obama, no entanto, impôs
sanções aos dois serviços russos de inteligência, singularizando quatro
dirigentes da inteligência militar.
Barack Obama se propõe,
outrossim, divulgar um 'Relatório de
Análise Conjunta' do F.B.I. e do Departamento de Segurança Interna. Esse relatório estaria, no entender do Times, obviamente baseado em material de
inteligência colhido pela Agência de Segurança Nacional.
Ainda sublinhando a seriedade da
resposta oficial estadunidense, foram sancionadas as quatro principais
autoridades do GRU (Agência de
Inteligência Militar), a saber, Igor Korobov, o respectivo Diretor-presidente,
e seus três auxiliares diretos, Sergei Gizunov, Igor Kostyukov e Vladimir
Alekseyev.
Dada a circunstância de que
Barack Obama possui pouco mais de vinte dias de exercício como presidente, além do fato de que
os agentes russos atingidos não têm residência nos Estados Unidos, nem costumam vir a
tal país, é pouco provável que essas medidas possam ter efeitos comparáveis aos que tiveram aquelas aplicadas por ocasião do ocupação da Criméia pela Federação
Russa, assim como pelas muitas atividades contrárias à Ucrânia adotadas pelo
Kremlin.
De qualquer modo, diante dos
comentários do presidente-eleito, que tentaram minimizar a interferência dos
agentes russos enquanto hackers nas
eleições americanas, assim como buscam desenhar um futuro de cooperação entre
Washington e Moscou, dificilmente a reação da Administração Obama poderá ter
resultados duradouros na evolução das relações entre os dois países.
Mas não se pode excluir que os
congressistas republicanos, no caso de u´a maior repercussão na opinião pública
eventualmente desfavorável a relacionamento mais estreito entre Washington e
Moscou, não venham a colocar problemas políticos para a novel Administração
Trump.
( Fonte:
The New York Times )
Nenhum comentário:
Postar um comentário