As indicações do Presidente-eleito me
parecem ser produto de um convés de navio batido por tempestade. Presa dos
elementos enfurecidos, os candidatos de
Trump vão de um lado para outro, jogados para a banda direita da mediocridade
ou para o lado dos tipos estranhos, bizarros, desses que vemos nos filmes do
expressionismo alemão.
Que diferença para o secretariado de
John F. Kennedy, que fulgia com os melhores e os mais brilhantes!
Há várias relações dos secretários e
secretárias indicados para os postos menores, tipo político texano, Rick Perry.
Desaparecido faz tanto tempo, retorna na turma de Trump, destinado para a
secretaria da energia. Ceifado pela própria mediocridade, tinha então o plano
de propor a extinção dessa mesma secretaria. Hoje não vê problema em assumi-la!
Mas o presidente-eleito parece ter
vocação para o suspense nas audiências de confirmação pelo Senado. Tomemos o
exemplo de Rex W. Tillerson, o atual presidente da Exxon Mobil, para Chefe da
diplomacia americana.
Dada a importância do mercado russo de
petróleo, não surpreendem as boas - ótimas, mesmo - relações do Executivo da
Exxon com o Presidente Putin.
Agora, trazer Mr Tillerson para o State Department é outra coisa. Como
evitar as suas relações de amizade com o Presidente Vladimir Putin e a sua
condição de chefe da diplomacia americana, a aplicação das sanções
estadunidenses contra a Rússia (motivadas pela invasão e conquista da Criméia)?
Aí temos decerto um problema, inclusive envolvendo questões de segurança.
As complicações são tantas, que será dificil
acreditar na possibilidade desse secretariado resistir por muito tempo.
A única coisa que vejo como coerente
no quadro dessa presidência é se nos dispusermos a pensá-la no cenário de
eventual declínio americano,
( Fonte: The New York Times )
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