Depois de levar oito meses para
prover a vaga deixada por Joaquim Barbosa, inclusive provocando irada intervenção
do Decano Celso de Mello, Dilma Rousseff escolheu mais um advogado, e ainda
por cima notório partidário do Partido dos Trabalhadores.
Não faltam
indícios neste sentido. Há um vídeo de 2010 em que o atual candidato do Planalto,
Luiz Edson Fachin, do Paraná, pede votos para a então candidata do PT à Presidência.
No entanto, a
despeito das cores petistas, se não cometer erros maiores, as possibilidades de
aprovação são muito grandes.
De início,
existe a embaraçosa tradição do Senado de aprovar todas as indicações do Executivo. O único não aceito pela Câmara
Alta, em mais de cem anos, fora indicado pelo Marechal Floriano Peixoto, e a
recusa se deveu à circunstância de não ser advogado e sim médico... Com essa
tendência palaciana, uma eventual rejeição surge como bastante improvável.
Por outro
lado, dois senadores do Paraná - Álvaro Dias (PSDB) e Roberto Requião (PMDB) – já procuraram o
Presidente do Senado, Renan Calheiros,
intercedendo em favor de Fachin.
Consultado
por Dilma antes de que tramitasse a mensagem, Renan Calheiros não se opôs à
indicação, mas tampouco a apoiou.
Além disso,
integrantes do PMDB chamam Fachin de “candidato do MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais sem Terra)”.
Apesar de
tudo, o palpite mais provável é que se torne Ministro do Supremo. Além da dita
tradição oficialista do Senado, semelha difícil que surjam razões que levem os
senhores senadores a discordarem da indicação presidencial. Pois se nem a
circunstância de ter sido reprovado em dois exames para juiz simples e haver secretariado
por largo tempo o Ministro José Dirceu impedira um atual ministro do STF de ser
rejeitado?
Dessarte, se
não se surgirem contraindicações muito cabeludas, Luiz Edson Fachin deverá
reforçar a bancada do PT no Supremo. Ricardo Lewandowski, o atual Presidente do
STF, chega mesmo a comemorar: “Nós precisávamos de alguém com visão própria dos
advogados, que enfrentaram o outro lado do balcão. (...) O Judiciário estará engrandecido com esta indicação”. Por sua vez, Luís
Roberto Barroso, o mais recente no Supremo – e também advogado - declarou: “Uma escolha extremamente feliz.
Bom jurista, bom caráter e certamente será bom juiz\.” Olé !
( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo )
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