quarta-feira, 15 de abril de 2015

Supremo: Mais um do PT?

                                   

         Depois de levar oito meses para prover a vaga deixada por Joaquim Barbosa, inclusive provocando irada intervenção do Decano Celso de Mello, Dilma Rousseff escolheu mais um advogado, e ainda por cima notório partidário do Partido dos Trabalhadores.

         Não faltam indícios neste sentido. Há um vídeo de 2010 em que o atual candidato do Planalto, Luiz Edson Fachin, do Paraná,  pede votos para a então candidata do PT à Presidência.

         No entanto, a despeito das cores petistas, se não cometer erros maiores, as possibilidades de aprovação são muito grandes.

         De início, existe a embaraçosa tradição do Senado de aprovar todas as indicações do Executivo. O único não aceito pela Câmara Alta, em mais de cem anos, fora indicado pelo Marechal Floriano Peixoto, e a recusa se deveu à circunstância de não ser advogado e sim médico... Com essa tendência palaciana, uma eventual rejeição surge como bastante improvável.

         Por outro lado, dois senadores do Paraná  - Álvaro Dias (PSDB) e Roberto Requião (PMDB) – já procuraram o Presidente do Senado, Renan Calheiros, intercedendo em favor de Fachin.

         Consultado por Dilma antes de que tramitasse a mensagem, Renan Calheiros não se opôs à indicação, mas tampouco a apoiou.

         Além disso, integrantes do PMDB chamam Fachin de “candidato do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra)”.    

         Apesar de tudo, o palpite mais provável é que se torne Ministro do Supremo. Além da dita tradição oficialista do Senado, semelha difícil que surjam razões que levem os senhores senadores a discordarem da indicação presidencial. Pois se nem a circunstância de ter sido reprovado em dois exames para juiz simples e haver secretariado por largo tempo o Ministro José Dirceu impedira um atual ministro do STF de ser rejeitado?

          Dessarte, se não se surgirem contraindicações muito cabeludas, Luiz Edson Fachin deverá reforçar a bancada do PT no Supremo. Ricardo Lewandowski, o atual Presidente do STF, chega mesmo a comemorar: “Nós precisávamos de alguém com visão própria dos advogados, que enfrentaram o outro lado do balcão. (...) O Judiciário  estará engrandecido  com esta indicação”. Por sua vez, Luís Roberto Barroso, o mais recente no Supremo – e também advogado -  declarou: “Uma escolha extremamente feliz. Bom jurista, bom caráter e certamente será bom juiz\.”  Olé !     

 

( Fontes:  O Globo, Folha de S. Paulo ) 

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