terça-feira, 14 de abril de 2015

Notícias direto do Front


                                        

Senado americano revê acordo com Irã.

 

           Segundo noticia o New York Times, o presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, o republicano Bob Corker (Tennessee) e o democrata sênior, Benjamin L. Cardin (Maryland) se puseram de acordo sobre o texto do projeto de lei a ser votado nesta tarde pelo plenário do Senado.

           O entendimento em questão encurta o período de revisão legislativa do acordo  com o Irã, negociado pelos Estados Unidos e potências europeias, assim como suaviza a linguagem que torna o levantamento das sanções contra o Irã dependente de o governo de Teerã não mais apoiar o terrorismo.

           Consoante as avaliações, o Senado deverá aprovar nesta tarde o projeto de acordo (bill) que foi negociado pelos representantes da maioria (GOP) e da minoria (Democratas). Segundo a impressão de assessor do partido minoritário, o texto revisto tornaria virtualmente à prova de um veto de Obama o projeto de lei senatorial, a ser aprovado pelos senadores.

           Se confirmada a estimativa, e se a redação ainda colocar novos óbices à implementação do acordo, o Presidente Barack  Obama estaria sofrendo a primeira restrição prática à perda da maioria na Câmara Alta. 

 

Interpretando a linguagem das ruas

 

           Era previsível que o governo petista, diante do relativo encolhimento dos protestos do último domingo, o interpretaria como redução na pressão sobre a Presidenta. Diante dos dados da recente pesquisa Datafolha, essa leitura da manifestação dominical seria um exercício de tapar sol com peneira.

          Continua a rejeição expressa na baixa avaliação dada a Dilma Rousseff . Interpretar o menor número relativo nessas manifestações como sinal de que a normalidade esteja logo aí, à volta da esquina, é uma postura mais para avestruz do que disposta a lidar a sério com a realidade.

           Afinal, em São Paulo, que se tem demonstrado como o ponto-chave nas manifestações – a partir daquelas de junho de 2013 – nesse domingo cem mil pessoas se reuniram na avenida Paulista, com cartazes pró-impeachment de Dilma (em março, 210 mil pessoas estiveram na Paulista).  Assinale-se, por oportuno, que esses cálculos, feitos por metodologia do Datafolha, são bastante mais restritivos do que as avaliações da PM.            


 

A irresistível atração da Petrobrás

 

           O Globo sinaliza que dos 48 políticos investigados pelo Supremo a pedida da Lava-Jato, vinte e seis frequentaram a Petrobrás de 2004 a 2014, num total de 202 visitas.  Até 2012, enquanto foi Diretor de Abastecimento, o hoje delator  Paulo Roberto Costa foi o que mais recebeu políticos: 17 deles, em 82 encontros na Estatal. O deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) foi quem mais esteve com Costa – trinta vezes.

 

Lembranças de Paulo Brossard

 

           Recentemente falecido, a importância de Paulo Brossard no cenário político brasileiro, tanto na ditadura militar – que combateu, inclusive através de memoráveis discursos contra o general-presidente Ernesto Geisel – que no dizer de Jorge Moreno – paravam o Congresso – deveria ser reavaliado, pela relevância  de sua luta em oposição ao regime militar e em apoio à democracia.

          Tive o prazer de conhecer quando ele era Ministro do Supremo a Paulo Brossard, pessoa de trato acessível e de muita fidalguia, dentro de postura que muito assinalava as mais altas expressões do Sul.

           O jornalista Jorge Moreno, em oportuna homenagem a esse ‘lobo solitário’, refere um episódio, em que com grande audácia, em entrevista com Brossard, disse: “o jornal quer que o senhor me antecipe seu voto!” (reportava-se à decisão pendente de Brossard de prorrogar o prazo de defesa de Collor no processo do impeachment).

           Para surpresa do repórter, “o educadíssimo Brossard levantou-se da cadeira como um raio: “Ponha-se daqui para fora!”

           Moreno tentou obtemperar, mas com a ameaça de recorrer à voz de prisão por desacato à autoridade, recorreu, em última instância, ao discurso de Brossard em Fortaleza, contra o governo Geisel, que ele sabia de cor: “Estou vendo daqui uma faixa escrita: ‘vote contra o governo’. Mas afinal de contas, existe governo neste país ? Se este país tivesse um governo...”

            Pronto, o lobo estava amansado. E relembra Moreno: “ E já não era mais o indignado jurista a me falar, mas o doce amigo Paulo Brossard:  “Seu Moreno, seu Moreno, não faça mais isso! Juiz só fala nos autos. Agora, termine o meu discurso, por favor!”

 

( Fontes:  O Globo, The New York Times,  Folha de S. Paulo )

            

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