Senado americano revê acordo com Irã.
Segundo
noticia o New York Times, o
presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, o republicano Bob
Corker (Tennessee) e o democrata sênior, Benjamin L. Cardin
(Maryland) se puseram de acordo sobre o texto do projeto de lei a ser votado
nesta tarde pelo plenário do Senado.
O
entendimento em questão encurta o período de revisão legislativa do acordo com o Irã, negociado pelos Estados Unidos e
potências europeias, assim como suaviza a linguagem que torna o levantamento
das sanções contra o Irã dependente de o governo de Teerã não mais apoiar o
terrorismo.
Consoante
as avaliações, o Senado deverá aprovar nesta tarde o projeto de acordo (bill) que foi negociado pelos
representantes da maioria (GOP) e da
minoria (Democratas). Segundo a impressão de assessor do partido minoritário, o
texto revisto tornaria virtualmente à prova de um veto de Obama o projeto de
lei senatorial, a ser aprovado pelos senadores.
Se
confirmada a estimativa, e se a redação ainda colocar novos óbices à
implementação do acordo, o Presidente Barack
Obama estaria sofrendo a primeira restrição prática à perda da maioria
na Câmara Alta.
Interpretando a linguagem das ruas
Era previsível
que o governo petista, diante do relativo encolhimento dos protestos do último
domingo, o interpretaria como redução na pressão sobre a Presidenta. Diante dos dados da recente pesquisa Datafolha, essa leitura da manifestação
dominical seria um exercício de tapar sol com peneira.
Continua a
rejeição expressa na baixa avaliação dada a Dilma Rousseff . Interpretar o menor número relativo nessas
manifestações como sinal de que a normalidade esteja logo aí, à volta da
esquina, é uma postura mais para avestruz do que disposta a lidar a sério com a
realidade.
Afinal, em
São Paulo, que se tem demonstrado como o ponto-chave nas manifestações – a
partir daquelas de junho de 2013 – nesse domingo cem mil pessoas se reuniram na
avenida Paulista, com cartazes pró-impeachment
de Dilma (em março, 210 mil pessoas estiveram na Paulista). Assinale-se, por oportuno, que esses
cálculos, feitos por metodologia do Datafolha,
são bastante mais restritivos do que as avaliações da PM.
A irresistível atração da Petrobrás
O Globo sinaliza que dos 48
políticos investigados pelo Supremo a pedida da Lava-Jato, vinte e seis frequentaram a Petrobrás de
2004 a 2014, num total de 202 visitas.
Até 2012, enquanto foi Diretor de Abastecimento, o hoje delator Paulo Roberto Costa foi o que mais recebeu
políticos: 17 deles, em 82 encontros na Estatal. O deputado Aníbal Gomes
(PMDB-CE) foi quem mais esteve com Costa – trinta vezes.
Lembranças de Paulo Brossard
Recentemente falecido, a importância de Paulo Brossard no cenário
político brasileiro, tanto na ditadura militar – que combateu, inclusive
através de memoráveis discursos contra o general-presidente Ernesto Geisel –
que no dizer de Jorge Moreno – paravam o Congresso – deveria ser reavaliado,
pela relevância de sua luta em oposição
ao regime militar e em apoio à democracia.
Tive o
prazer de conhecer quando ele era Ministro do Supremo a Paulo Brossard, pessoa
de trato acessível e de muita fidalguia, dentro de postura que muito assinalava
as mais altas expressões do Sul.
O
jornalista Jorge Moreno, em oportuna homenagem a esse ‘lobo solitário’, refere
um episódio, em que com grande audácia, em entrevista com Brossard, disse: “o
jornal quer que o senhor me antecipe seu voto!” (reportava-se à decisão
pendente de Brossard de prorrogar o prazo de defesa de Collor no processo do
impeachment).
Para
surpresa do repórter, “o educadíssimo Brossard levantou-se da cadeira como um
raio: “Ponha-se daqui para fora!”
Moreno
tentou obtemperar, mas com a ameaça de recorrer à voz de prisão por desacato à
autoridade, recorreu, em última instância, ao discurso de Brossard em Fortaleza,
contra o governo Geisel, que ele sabia de cor: “Estou vendo daqui uma faixa
escrita: ‘vote contra o governo’. Mas afinal de contas, existe governo neste
país ? Se este país tivesse um governo...”
Pronto, o
lobo estava amansado. E relembra Moreno: “ E já não era mais o indignado
jurista a me falar, mas o doce amigo Paulo Brossard: “Seu Moreno, seu Moreno, não faça mais isso!
Juiz só fala nos autos. Agora, termine o meu discurso, por favor!”
( Fontes:
O Globo, The New York Times,
Folha de S. Paulo )
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