A prisão do tesoureiro do Partido
dos Trabalhadores, João Vaccari Neto, é
mais um elo que se completa na Lava-Jato. Não é o primeiro tesoureiro desse
partido que é preso. Delúbio Soares fora
condenado na Ação Penal 470 (Mensalão), mas a sua pena foi reduzida, em função
de alterações na composição do Supremo, o que fez cair a inclusão de formação
de quadrilha.
Na
oportunidade, o relator da Ação, o Ministro Joaquim Barbosa lamentara o
enfraquecimento da pena. A saída, por limite de idade, de ministros do Supremo (Cezar Peluso, em 2012; e Carlos
Ayres Britto (março a novembro de 2012) afetou a maioria no Tribunal, que até
então julgara os réus desse processo célebre. As posteriores indicações, feita
pela Presidente Dilma Rousseff, tenderam a tornar menos severas as condenações,
que chegaram ao ponto de não ver formação de quadrilha na tipificação dos
delitos.
A prisão de
Vaccari Neto, que acabara de prestar um inconclusivo depoimento em sessão da
CPI do Congresso, realizada em ambiente circense (foram lançados camundongos e hamsters na sala da Comissão), que, como
é usança, nada adiantara para os trabalhos parlamentares, completa agora a sua esperada progressão.
A determinação do juiz Sérgio Moro visa a
preservar a coleta de informações no processo, que a liberdade de Vaccari Neto
poderia prejudicar. Determinada a sua
detenção – já se acha na prisão de Curitiba – o PT apressou-se em anunciar-lhe
o afastamento do cargo, ainda que haja reafirmado acreditar na sua inocência.
Quando as
coisas andam mal, o desentendimento grassa.
Nesse contexto, o Palácio do Planalto
lamentou que o PT não tenha afastado Vaccari Neto antes de decretada a
prisão. Nessa visão, para o PT no governo teria sido melhor que Vaccari não
fosse destituído ainda no pleno exercício das respectivas funções, cujo âmbito
nessa hora de tormenta se terá reduzido deveras.
Mas o antes
jacobino Partido dos Trabalhadores hesitaria na fatal disjuntiva: afastá-lo antes da prisão, e por conseguinte
admitir-lhe a suspeição; ou aferrar-se à alegada inocência, e em consequência
incorrer no ônus de ter o próprio tesoureiro em funções plenas mandado para a
cadeia.
Outro
desenvolvimento que turva ainda mais as águas palacianas è a aprovação, por
unanimidade, pelo Tribunal de Contas da União do voto do ministro José Múcio
Monteiro, que considerou ilegais as manobras da equipe econômica do Dilma I, as
chamadas ‘pedaladas fiscais’ de 2013 e 2014. Segundo estabelecido, o Tesouro
atrasou repasses de recursos a bancos públicos, ferindo a Lei da
Responsabilidade Fiscal (LRF). Múcio vai ouvir dezessete depoimentos, entre os
quais o do ex-Ministro Guido Mantega, do
titular do BC, Alexandre Tombini, e do então presidente do Banco do Brasil e
atual da Petrobrás, Aldemir Bendine.
O
magno-escândalo do Petrolão continua, pois, a pleno vapor. Na velha fórmula de
que muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos – e no caso em tela a
suposta preferência não implica em benefício mas em provável dano – esse problemaço
da República, que, ao parecer, marcha célere para transformar-se em causa célebre, já terá lançado sua
ominosa e maligna sombra por cima de muitos personagens da República, mas tais
efeitos ainda poupam uma restante e ora solitária personalidade.
Valendo-se da licença cômica que desde tempos
imemoriais foi assegurada nas cortes e é hoje repassada aos cartunistas da
imprensa, Chico Caruso nos tem regalado com incursões que se antecipam ao
sentir da sociedade. Dentro da sua excelência, as chamadas impressões digitais
de um especial companheiro vem recebendo, em série digna de nota, uma atenção
crescente, começada com o quadro primevo nos barris da então presidente da
Petrobrás, Graça Foster.
Essa inserção é tanto mais válida, quanto
complementa silêncio digno de especial nota, e que ainda perdura, posto que não
se saiba por quanto tempo. De toda forma, qual segredo de Polichinelo, ele
repontou em blocos de carnaval, com a desigual dupla encenada por parecenças
populares.
A sensação para alguns é de que nova irrupção
do Vesúvio seja de esperar, embora,
consoante fontes, umas críveis, outras não, o futuro a Deus pertença...
( Fontes: O Globo,
Folha de S. Paulo )
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