Manoel Dias, fica!
Depois das declarações de Carlos Lupi,
presidente nacional do PDT, que disse ao Estadão que os petistas “roubaram
demais, exageraram”, surgiram compreensíveis indagações se Manoel Dias, o
Ministro do Trabalho e representante no governo do PDT ficaria no Governo.
Nesse
contexto, Dias fez saber que a versão apresentada a ele por Lupi – cujo depoimento
sobre o PT foi gravado - foi diferente,
sem as críticas contundentes ao aliado. Manoel Dias tampouco se sente
constrangido em permanecer no ministério. A respeito, disse: “Me dou por
satisfeito com a resposta dele (Lupi)”.
Mais
contundente, em verdade, foi a reação de Humberto Costa (PE), líder do PT no
Senado: “Acho que isso é resultado de uma pessoa boquirrota, uma pessoa que
sinceramente eu não valorizo”.
O Coaf e a Lava Jato
Segundo
informa o Estado, o Conselho de Controle de Atividade Financeira(COAF) vai
disparar na corrente semana alertas a bancos, empresas e outras instituições
para que passem a comunicar qualquer movimentação atípica envolvendo servidores
públicos.
Mas não
se cinge a esta óbvia lista o chamado “grupo de risco” do Coaf . Integram tal grupo, outrossim, operações de comércio exterior – em razão
de remessas ilegais – compras de produtos que podem ser usados para produzir
drogas, site de vendas na internet, movimentação de cartão de
benefícios – pelos quais se pode praticar agiotagem -, contas bancárias de
estudantes (pelas quais pode circular dinheiro do tráfico), postos de gasolina,
além de contratação de shows sem
licitação por prefeituras.
A quê se
deve a redobrada atenção sobre servidores públicos e postos de gasolina? Tal nasceu com a experiência adquirida
na Operação Lava Jato.
Com
efeito, foi a partir de suspeitas sobre
as movimentações financeiras de um posto de combustível em Brasília que a
Polícia Federal logrou desbaratar o mega-esquema de lavagem de dinheiro e a
corrupção na Petrobrás.
O Posto
da Torre, localizado a 3 km do Congresso Nacional, realizava factoring (negociação de créditos).
Servia, igualmente, consoante apuraram as investigações, de base de pagamento
de propinas.
E não
fica aí. A Operação Lava Jato, hoje famosa pela sua contribuição a desmantelar
a enorme corrupção na Petrobrás, foi
assim batizada como referência à magna contribuição – ainda que indireta -
desse posto de gasolina na luta contra a corrupção na Petróleo Brasileiro S.A.,
que se viu instrumentalizada pelo aparelhamento por elementos do Partido dos
Trabalhadores, assim como de outros menores, porém afins na mesma atividade
criminosa.
O jeitão
flegmático de Barack Obama ao inventar um super-ego furioso representou inovação que colheu
grande sucesso junto aos jornalistas presentes.
O truque de Obama funcionou da seguinte
forma: o presidente faz afirmação politicamente correta e uma espécie de
tradutor – superego rebate como que realmente a
declaração deva ser interpretada. Assim,
a frase presidencial que “tradições como o jantar dos correspondentes da Casa
Branca são importantes” vira na versão de Luther, o intérprete irado: “Sério? Que
raios de jantar é esse ? Por que eu sou obrigado a vir? Ei, Jeb Bush, você quer
mesmo fazer isto?”
A brincadeira foi um sucesso. O Presidente,
por sua natureza, não teve dificuldade em representar o straightman, enquanto o
comediante afro-americano Keegan-Michel Key arrancava gargalhadas do público.
Tradicionalmente tudo – ou quase tudo – é permitido nesse jantar. E não
é de hoje que é realizado anualmente. Dentre os veteranos, quem não se recordará
da voz sedosa de Marilyn Monroe a elogiar o Mr
President (JFK), ainda mais com o subtexto do segredo de Polichinelo de o
que entre os dois antes se passara?
A Senadora
Gleisi Hoffman (PT-PR) admitiu em depoimento à P.F. que pediu contribuições a pelo
menos cinco das grandes empreiteiras investigadas na Lava-Jato, mas negou que tenha recebido dinheiro do doleiro Alberto
Youssef ou do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa.
O ex-ministro Paulo Bernardo, marido de Gleisi, também negou que tenha
intermediado pedido de dinheiro a Costa ou a Youssef para a campanha da mulher
ao Senado em 2010. Segundo Gleisi e o marido, todos os recursos da campanha
foram legalmente declarados à Justiça Eleitoral.
Em inquérito
aberto por ordem do Supremo, a senadora é investigaa por, supostamente, haver
recebido R$ 1 milhão de Paulo Roberto Costa em transação intermediada por
Youssef. O dinheiro teria sido repassado
pelo doleiro ao empresário Ernesto Kluger Rodrigues, amigo de Gleisi e Paulo
Bernardo.
Interrogada
pelo delegado Thiago Machado Baladary no último dia catorze, na sede da P.F. em
Brasília, Gleisi afirmou que não conhece Youssef e que Kluger buscou a adesão
de empresários à campanha, mas não atuou na arrecadação de dinheiro.
Gleisi Hoffman
reconheceu, no entanto, que pediu contribuições a Odebrecht, OAS, Camargo
Correa, UTC, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez. Nesse contexto, Gleisi
sustenta que todas as doações foram devidamente registradas e que não houve
qualquer promessa de contrapartida.
( Fontes: O Estado de
S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo )
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