quarta-feira, 22 de abril de 2015

Notícias direto do Front

                                  

Condenação do ex-presidente egípcio

          
          Mohamed Morsi, dirigente da Irmandade Muçulmana, eleito presidente  em 2011, foi deposto pelo exército em 2013. Na prisão desde então, foi agora condenado a 20 anos de reclusão. Em eleição posterior, o comandante do exército, o general Abdel-Fattah el-Sisi  assumiu o poder. Restaurou-se, assim, o modelo autoritário egípcio, em  vigor desde o golpe militar  que derrubou o rei Faruk em 1954. Como nota irônica, el-Sisi se tornou o comandante do exército por indicação do Presidente Morsi.

          A  Anistia Internacional, no seu ramo árabe, considerou  o julgamento uma ‘fraude’. Pela descrição dos observadores, o processo judicial foi falho e as provas, na melhor das hipóteses, frágeis.

           Esta foi a primeira sentença em quatro processos, a que deverá submeter-se o ex-presidente. Dado o animus que prevalece entre os acusadores – que se referem aos réus como “o grupo depravado” - não está excluída a aplicação da pena de morte em alguns das três ações vindouras.

           Sisi prometeu esmagar a Irmandade Muçulmana – movimento islamista com 87 anos de existência. Como esta sociedade tem longo histórico de perseguições a ameaça do general tem um árduo caminho pela frente.

           Em revanche, o corrupto grupo do ex-ditador Hosni Mubarak, seus filhos e membros do governo, logrou derrubar todas as acusações que contra ele pendiam, inclusive a morte de manifestantes pró-democracia.

           A diferença de parâmetros entre os acusados da Irmandade Muçulmana e a sociedade em torno de Mubarak – estes últimos absolvidos de todas as imputações – não deixa no povo egípcio  impressão forte de que está sendo feita justiça.

           Morsi cometeu muitos erros no seu ano de presidência. Mas nenhum deles se compara com a cleptocracia do clã Mubarak, nos seus trinta anos de exercício inconteste do poder, depois do assassínio de Anuar el-Sadat.

 
O  PSDB e o Impeachment de Dilma Rousseff   

 
          Há indicações fortes de que nesta sexta-feira, se chegará a uma decisão no que concerne à opção pelo impeachment da Presidente. O processo decisório do alto tucanato nem sempre segue uma trajetória linear.

          Quando houve o parecer do Tribunal de Contas da União de que as chamadas pedaladas de Guido Mantega e Arno Augustin  poderiam implicar no impeachment de Dilma Rousseff, houve o imediato levantar de escudos e febril agitação de lanças nas ameias do Palácio do Planalto. Inquieta, Dilma acionou uma tríade de defensores – o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, o Advogado Geral da União, Luis Inacio Adams, e o Procurador-Geral do Banco Central, Isaac Ferreira. No entanto, malgrado a febril – e por vezes apressada reação – das três autoridades,  o front palaciano assinalaria um certo alívio, por reações no campo tucano contrárias àquele caminho para o impeachment.

               Fernando Henrique não hesitou em manifestar-se contra o impeachment, se baseado no parecer do Ministro José Múcio do TCU. Do mesmo parecer, mas talvez por outras razões mais pessoais, o Senador José Serra também se expressou contrariamente ao emprego das ditas pedaladas como base para impeachment.

              Como foram os primeiros, deram a impressão de que Aécio Neves seria abandonado pelo partido, se o candidato se aferrasse àquelas razões para pôr em movimento o mecanismo do impeachment.

              Essas fontes, no entanto, se terão precipitado, porque tomaram a tomada de posição de dois notáveis, como se fora o sentir do alto tucanato.

               E foi nisto, que, ao parecer, as coberturas avançadas erraram por precipitação. Interpretaram o voo de duas andorinhas como se fosse o prenúncio de uma fundamentada decisão partidária.

               Ao que as fontes jornalísticas semelham apontar, o mineiro Aécio não se precipitou. Há uma retaguarda por trás do candidato. Se terá êxito ou não, é outra estória. Mas desde já o PSDB não sobe na cerca para ver o circo passar, e, quem sabe? por milagre abrir alas para o porta-estandarte tucano. Assim, o cenário  pós-estouro do Mensalão não se repetirá.

               Se a infernal maquinaria do impeachment for acionada, e se se chegar aos finalmente, o próximo da vez em assumir a presidência, enquanto Vice-Presidente, é Michel Temer.

 

( Fontes:  O Globo, Folha de S. Paulo )  

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