Condenação do ex-presidente egípcio
A Anistia Internacional, no seu ramo árabe,
considerou o julgamento uma ‘fraude’.
Pela descrição dos observadores, o processo judicial foi falho e as provas, na
melhor das hipóteses, frágeis.
Esta foi a primeira
sentença em quatro processos, a que deverá submeter-se o ex-presidente. Dado o animus que prevalece entre os acusadores
– que se referem aos réus como “o grupo depravado” - não está excluída a
aplicação da pena de morte em alguns das três ações vindouras.
Sisi
prometeu esmagar a Irmandade Muçulmana – movimento islamista com 87 anos de
existência. Como esta sociedade tem longo histórico de perseguições a ameaça do
general tem um árduo caminho pela frente.
Em
revanche, o corrupto grupo do ex-ditador Hosni Mubarak, seus filhos e membros
do governo, logrou derrubar todas as acusações que contra ele pendiam,
inclusive a morte de manifestantes pró-democracia.
A diferença de parâmetros entre os
acusados da Irmandade Muçulmana e a sociedade em torno de Mubarak – estes
últimos absolvidos de todas as imputações – não deixa no povo egípcio impressão forte de que está sendo feita
justiça.
Morsi cometeu
muitos erros no seu ano de presidência. Mas nenhum deles se compara com a
cleptocracia do clã Mubarak, nos seus trinta anos de exercício inconteste do
poder, depois do assassínio de Anuar el-Sadat.
O PSDB e o Impeachment de Dilma
Rousseff
Quando houve
o parecer do Tribunal de Contas da União de que as chamadas pedaladas
de Guido Mantega e Arno Augustin poderiam
implicar no impeachment de Dilma
Rousseff, houve o imediato levantar de escudos e febril agitação de lanças nas
ameias do Palácio do Planalto. Inquieta, Dilma acionou uma tríade de defensores
– o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, o Advogado Geral da União, Luis
Inacio Adams, e o Procurador-Geral do Banco Central, Isaac Ferreira. No entanto, malgrado a
febril – e por vezes apressada reação – das três autoridades, o front palaciano assinalaria um certo
alívio, por reações no campo tucano contrárias àquele caminho para o
impeachment.
Fernando
Henrique não hesitou em manifestar-se contra o impeachment, se baseado no parecer do Ministro José Múcio do TCU. Do
mesmo parecer, mas talvez por outras razões mais pessoais, o Senador
José Serra também se expressou contrariamente ao emprego das ditas
pedaladas como base para impeachment.
Como
foram os primeiros, deram a impressão de que Aécio Neves seria abandonado pelo
partido, se o candidato se aferrasse àquelas razões para pôr em movimento o
mecanismo do impeachment.
Essas
fontes, no entanto, se terão precipitado, porque tomaram a tomada de posição de
dois notáveis, como se fora o sentir do alto tucanato.
E foi
nisto, que, ao parecer, as coberturas avançadas erraram por precipitação.
Interpretaram o voo de duas andorinhas como se fosse o prenúncio de uma
fundamentada decisão partidária.
Ao que
as fontes jornalísticas semelham apontar, o mineiro Aécio não se precipitou. Há
uma retaguarda por trás do candidato. Se terá êxito ou não, é outra estória.
Mas desde já o PSDB não sobe na cerca para ver o circo passar, e, quem sabe?
por milagre abrir alas para o porta-estandarte tucano. Assim, o cenário pós-estouro do Mensalão não se repetirá.
Se a
infernal maquinaria do impeachment
for acionada, e se se chegar aos finalmente, o próximo da vez em assumir a presidência, enquanto Vice-Presidente, é Michel
Temer.
( Fontes: O Globo,
Folha de S. Paulo )
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